Manifestações, carreata e buzinaços marcam manhã da 1ª greve dos entregadores
Categoria reivindica fim dos bloqueios, aumento da taxa mínima por entrega, do valor pago por quilometragem e mais transparência sobre os repasses feitos diante as gorjetas pagas por clientes via aplicativo
Publicado: 01 Julho, 2020 - 12h40 | Última modificação: 01 Julho, 2020 - 14h21
Escrito por: Redação CUT
A greve dos entregadores de alimentação por aplicativos começou nesta manhã de quarta-feira (1º) com buzinaços,carreatas e passeatas de motociclistas e ciclistas por diversas ruas e avenidas do país, demonstrando união da categoria.
Os entregadores reivindicam melhores condições de trabalho, remuneração e fim dos bloqueios por parte das empresas como Ifood, Uber, Loggi, James, Rappi, entre outras, que mesmo diante do aumento da procura por entregas por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid 19), tem reduzido os valores pagos aos os entregadores, além de não forneceram álcool gel e equipamentos de segurança, apesar da promessa.
Em São Paulo cerca de 100 entregadores circularam pelos bairros de Pinheiros, Itaim Bibi e Morumbi para chamar os demais companheiros de trabalho a aderirem ao movimento grevista. A ideia é conversar e fazer com que nos locais de maior movimento não haja retirada ou entrega de mercadorias.
Os entregadores também bloquearam a entrada da Loggi, no Itaim, zona sul de São Paulo.
Segundo Diógenes Silva de Souza, um dos organizadores da greve em São Paulo, donos de restaurantes têm prestado solidariedade, já que as empresas por aplicativo subiram suas taxas de cobrança, mas não repassam aos entregadores.
Numa série de Twitters, os entregadores mostraram como foi a manhã da primeira greve da categoria, na capital de São Paulo.
Saca só a faixa lindona que os trabalhadores fizeram para o #BrequeDosApps pic.twitter.com/82VXqg08hF
— Treta no Trampo (@tretanotrampo) July 1, 2020
E na Zona Sul ! #BrequeDosApps pic.twitter.com/KAsaIJtvUF
— Treta no Trampo (@tretanotrampo) July 1, 2020
Conversas de convencimento junto aos outros trabalhadores que fazem entregas nas terceirizadas, as chamadas OLs (Operação de Logística )
No Itaim o #BrequeDosApps está intenso, torcando ideia com os OL! pic.twitter.com/7gn8JTFpH8
— Treta no Trampo (@tretanotrampo) July 1, 2020
Por volta das duas da tarde haverá uma manifestação na altura do MASP, na Avenida Paulista, onde eles farão um minuto de silêncio em homenagem aos entregadores mortos pela Covid. Eles também receberão doações de alimentos não perecíveis para entregar aos trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo que tiveram redução de renda ou foram bloqueados pelas empresas e estão passando necessidade.
Manifestações ocorreram pela manhã pelo país
Em Aracajú, capital de Sergipe, os entregadores fizeram uma manifestação na principal avenida da orla da praia, a chamada “passarela do Caranguejo”.
Ver essa foto no InstagramAto dos entregadores por aplicativo, em Sergipe. ✊ #brequedosapps #apoiobrequedosapps #grevedosapps
Em Brasília, houve carreata por melhores condições de trabalho
Em Fortaleza, capital do Ceará os entregadores também foram às ruas pedir melhores condições de trabalho e remuneração. Estudo da Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) da Unicamp mostra que os entregadores por aplicativo estão trabalhando mais horas e ganhando cada vez menos, desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Também no início da manhã, trabalhadores fizeram manifestações em São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Distrito Federal (DF), Goiânia (GO), ABC paulista, Florianópolis (SC), Recife (PE), Campinas (SP), Guarulhos (SP), Salvador (BA), Campina Grande (PB) e Porto Alegre (RS).