Escrito por: CUT, com informações da UGT Minas

Manifestante baleado em Brasília sofre ameaça da PM

Após aposentado sofrer ameaça no Hospital de Base, família decide transferi-lo para MG.

Reprodução

Durante a marcha dos trabalhadores contra as reformas do governo Temer, no dia 24/05, em Brasília, o aposentado Carlos Geovani Cirilo foi baleado no maxilar por um tiro de arma de fogo. Há filmagens de policiais militares do DF atirando contra manifestantes, na Esplanada dos Ministérios.

Ferido com gravidade, o aposentado foi resgatado por uma ambulância do Corpo de Bombeiros, após mais de meia hora de espera e levado ao Hospital de Base. Carlos Geovani ficou vários dias em coma induzido, em estado clínico considerado crítico. No dia 29/05, passou por cirurgia de reconstrução dos ossos da face, que foram severamente danificados pelo disparo.

Na terça-feira (6/06), Carlos Geovani foi novamente vítima da PM. Desta vez, foram dois policiais à paisana, que não se identificarem, e abordaram o aposentado em seu quarto no hospital. Em atitude intimidatória, interrogaram o aposentado questionando-o se saberia identificar o policial que atirou nele.

Diante da ameaça, a família decidiu transferir o aposentado para Belo Horizonte, já na quarta-feira (7/06). Para isso, contou com o apoio da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), que alugou a ambulância para transportar Carlos Geovani. Na capital mineira, ele foi internado no Hospital João XXIII, onde trabalhou durante muitos anos, até se aposentar.

De acordo com Carlos Martins, coordenador geral da Asthemg, o aposentado “está consciente, conversando com dificuldade, alimentando por sonda, mas já consegue deglutir líquido. A pressão arterial e a glicose estão controladas.

 

Central condena intimidação ao aposentado baleado

Em nota, a UGT (central à qual é ligada a Asthemg) protestou contra a abordagem intimidatória ao aposentado.

06/06/2017

O aposentado Carlos Geovani Cirilo, baleado covardemente na boca durante protesto pacífico dos trabalhadores em Brasília contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária, e que permanece internado em recuperação no Hospital de Base, na mesma cidade, recebeu nesta terça-feira a visita de dois homens não identificados que se declararam da corregedoria da Polícia Militar.

Mesmo ele ainda estando em recuperação e com a recomendação médica de não poder falar, os dois intrusos insistiram em ouvir suas declarações. Posteriormente, como ele não tinha condições, apresentaram documento e pediram para que ele assinasse. A filha do aposentado, Sirlene Cirilo, se recusou a assinar e exigiu a retirada deles da enfermaria do hospital, ameaçando chamar a direção do estabelecimento.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) condena esse tipo de atitude e vai exigir das autoridades uma explicação para este incidente. Carlos Cirilo foi vítima de uma agressão a tiro durante uma manifestação pacífica de trabalhadores e foi tratado pelos dois estranhos que alegaram serem PMs como delinquente e irresponsável, sendo que o tiro que o atingiu por pouco não lhe causou a morte. Tal atitude é incompatível com o estado democrático de direito e só observada durante a Ditadura Militar, que tanto dano causou à família brasileira e à sociedade.

União Geral dos Trabalhadores (UGT)