Escrito por: CUT PE, com informações de Portal FolhaPE (Thaynna Mendes e Thiago Cabral)
Em Recife, movimentos de moradia se unem e pressionam os governos. A PM reprime.
Terminou por volta das 12h desta quarta-feira (11) a manifestaçção realizada por 15 grupos de luta por moradia no Recife. Houve confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo Estadual. No final dos protestos, um idoso foi ferido, atingido por bala de borracha na nuca. Ele era manifestante, mora em situação de risco no Cabo de Santo Agostinho, e foi socorrido por um veículo que passava na rua da Aurora, no Centro do Recife.
Segundo as entidades de Moradia Popular Urbana, este ato faz parte do movimento nacional e marcou o Dia Mundial dos Sem Teto. Diante disso, houve uma série de bloqueios em ruas e avenidas do Recife. Eles se dirigiram à Câmara dos Vereadores e, em seguida, ao Palácio do Campo das Princesas na tentativa de serem recebidos pelo governador Paulo Câmara. Uma das pautas é o pedido de entrega de 30 mil casas populares. Participaram da mobilização grupos do Recife, Olinda, Jaboatão, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, municípios da Zona da Mata, Agreste e Sertão.
Eles pediram liberação de recursos pra construção de moradias pelo programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal e são contra a reforma da Previdência Social, entre outras pautas. Hoje, o deficit habitacional no Recife chega a 70 mil unidades, atingindo em torno de 280 mil pessoas.
Os bloqueios das vias públicas em vários pontos do Recife começaram logo cedo, com atos sendo realizados simultaneamente na avenida Norte, no Cais de Santa Rita, bloqueando os dois sentidos da via. Na Avenida Governador Agamenon Magalhães, um protesto próximo ao Hospital Unicordis, no sentido Recife-Olinda, foi organizado.
De acordo com os manifestantes que ficaram concentrados na Avenida Norte, participaram os seguintes grupos: Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União Nacional por Moradia Popular e Organização e Luta por Moradia Digna (OLMD). Ainda segundo uma das lideranças, os protestos ocorreram também em outras cidades do Estado, como Vitória de Santo Antão, Carpina e Caruaru.
Vale registrar que por volta das 8h50, um grupo de manifestantes ligados ao MST fecharam o quilômetro 71 da BR 101, na altura do Barro, no Recife. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a mobilização foi rápida e o grupo seguiu para a Avenida Abdias de Carvalho, na Zona Oeste do Recife.
Ao meio-dia, os manifestantes interditavam o cruzamento da rua do Sol com a avenida Guararapes.Um Idoso ferido foi atingido por bala de borracha na nuca. Ele era manifestante, mora em situação de risco no Cabo de Santo Agostinho. E foi socorrido por um veículo que passava na rua da Aurora, no Centro do Recife
Segundo o Governo do Estado, os manifestantes não foram recebidos por um representante da gestão estadual, porque não formaram uma comissão e tentaram ocupar a entrada principal do Palácio do Campo das Princesas. Ao contrário do que foi informado, representantes dos movimentos afirmaram que não foram recebidos. A comissão não chegou a entregar o documento de reivindicação.
Logo depois, começou um desentendimento. As pessoas que lutam por habitação tentaram derrubar as grades que cercavam a sede do Governo de Pernambuco, no entanto, foram impedidos de avançar em direção ao Palácio do Campo das Princesas; sentaram no chão para não deixar o Batalhão de Choque passar. Spray de pimenta foi utilizado pelos PMs o que resultou em mais protestos. Por fim eles se dispersaram. Apenas a polícia continuou em frente ao Palácio do Campo das Princesas.
Em tempo: a CUT-PE se solidariza com os grupos que lutam por moradia no Recife, cujo o déficit habitacional chega a 70 mil unidades, atingindo em torno de 280 mil pessoas.Ao mesmo tempo, expressa indignação e repúdio à ação truculenta da Polícia Militar através do Batalhão de Choque, sob o comando do Governo do Estado, contra os manifestantes que lutam por Moradia Popular Urbana. A violência abusiva a qual os os manifestantes têm sido vítimas soma-se à falta do diálogo efetivo e necessário das autoridades governamentais.
Polícia é para garantir a segurança da população, não para agredir pais e mães de família.