MEC prorroga consulta pública do Novo Ensino Médio por mais 30 dias
Prazo se encerrava nesta quarta-feira (6), mas a pedido de entidades educacionais foi prorrogado até o dia 5 de julho
Publicado: 06 Junho, 2023 - 12h51 | Última modificação: 06 Junho, 2023 - 13h56
Escrito por: Redação CUT
O Ministério da Educação (MEC) decidiu prorrogar por mais 30 dias (até 5 de julho), a consulta pública sobre a Lei 13415/2017, do Novo Ensino Médio (NEM), para ampliar as formas de participação social no debate sobre o modelo educacional aprovado em 2017, e implementado gradualmente em todas as escolas públicas e particulares desde 2022. Até agora a consulta pública recebeu 7.881 sugestões. A informação é do portal G1.
Alvo de críticas de entidades educacionais como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o NEM, na prática, não cumpriu a proposta de trazer um caráter mais dinâmico às escolas e não ofereceu alternativas aos estudantes que buscam uma preparação voltada ao ingresso no mercado de trabalho.
A CNTE argumenta ainda que a reorganização curricular das escolas trouxe graves problemas aos profissionais da educação e a milhares de estudantes ao reduzir disciplinas básicas como Física, Química e Biologia e introduzir um conjunto de aulas, conhecido como itinerários formativos, como forma de ampliar o acesso do setor privado aos recursos públicos por meio da oferta de materiais didáticos e audiovisuais.
O Conselho Nacional de Entidades da CNTE aprovou recomendação aos trabalhadores, alunos, funcionários das escolas para discordarem de todas as 11 perguntas do formulário do MEC, que pode ser acessado neste link. Para saber como votar contra as propostas veja aqui .
As críticas ao Novo Ensino Médio
O NEM É um novo modelo obrigatório a ser seguido no ensino médio por todas as escolas do país, públicas e privadas.
A lei estipula aumento progressivo da carga horária. Antes, no modelo anterior, eram, no mínimo, 800 horas-aula por ano (total de 2.400 no ensino médio inteiro). No novo modelo, a carga deve chegar a 3.000 horas ao final dos três anos. O problema é que a ampliação da jornada escolar, de quatro para sete horas não foi acompanhada com mais investimento para haver mais professores e escolas.
As disciplinas básicas, como física, química e biologia, foram reduzidas e houve uma ‘plataformização’ do ensino com a substituição de uma política educacional por compra de plataformas. Além de inventaram uma disciplina, a chamada educação financeira, num modelo alienante e de adestramento.
O Novo Ensino Médio segue a cartilha do neoliberalismo, propõe uma formação que foge da base para construção do acesso ao trabalho decente, do ingresso à universidade, de estímulo ao pensamento crítico e de um projeto de país, segundo educadores ouvidos pela CNTE.
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