Escrito por: Redação CUT

Média de mortes chega a mil e Pazuello adia reunião com governadores sobre vacina

As últimas 24 horas registraram 477 mortes por Covid-19, mas média por dia no país, ultrapassa mil. Já são 203.617 mortos. Apesar do alto índice, Pazuello adia reunião sobre vacina marcada para esta terça (12)

Agência Brasil

Sem data para vacinação, o Ministério da Saúde adiou uma reunião que aconteceria nesta terça-feira (12) com governadores para discutir o cronograma de imunização contra a Covid-19 nos estados.

O adiamento foi confirmado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), em um vídeo divulgado nas redes sociais. Segundo o governador, o chefe de gabinete do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Airton Cascavel, pediu o adiamento para a próxima terça-feira  (19) “principalmente pela impossibilidade de definir uma data, em razão da necessidade de um posicionamento seguro/definitivo por parte da Anvisa”.

Nesta segunda-feira (11), o ministro da saúde causou revolta nas redes sociais ao afirmar que a vacinação começa "no dia D, na hora H", isso no mesmo dia que o país registrou a maior média móvel de casos da doença desde o início da pandemia.

À espera de um planejamento do governo federal, nas últimas 24 horas foram registradas 477 mortes por Covid-19, chegando ao total de 203.617, de acordo com os números atualizados pelo consórcio de imprensa. Foram 29.010 novos casos confirmados. No Brasil, 8.133.833 pessoas já se infectaram com a doença.

Tanto as médias de casos e mortes mostram um crescimento da pandemia. São em média 1.004 mortes por dia, 59% a mais do que há duas semanas-  uma tendência de alta com curva inclinada. Na média móvel de casos são 54.182 novos casos , um recorde e a maior média por dia, desde o início da pandemia - 42% a mais do que duas semanas atrás.

Enquanto o país aguarda a Agencia de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso da vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Butantan, o aumento de casos de Covid-19 no país é assustador e tem preocupado especialistas que afirmam que há risco de o sistema de saúde entrar em colapso, como já ocorre em Manaus.

A preocupação é maior do que em maio e junho do ano passado por que agora não há mais hospitais de campanha em muitas cidades, os hospitais tradicionais, que em 2020 voltaram quase todo o atendimento a covid,  estão dando vazão a pacientes com outras doenças.

São Paulo detalha plano de vacinação

Enquanto segue a briga entre o governador João Doria (PSDB) e o Ministério da Saúde, o estado de São Paulo mantém a previsão de imunizar sua população, a partir do próximo dia 25. O governo do estado detalhou o planejamento para a distribuição da CoronaVac aos municípios, o que será feito sob escolta de 25 mil policiais.

A Força Tática e a Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam), da PM acompanharão o primeiro deslocamento das vacinas do Butantan ao Centro de Logística, onde também haverá guarda montada. Todas as rotas serão escoltadas pela Polícia de Choque.

Ainda de acordo com o governo, “o plano logístico prevê saídas semanais de grades com 2 milhões de doses, com caminhões refrigerados e equipados para monitoramento de temperatura, rastreabilidade por radiofrequência, equipe de apoio, além de uma auditoria independente sobre todo volume de carga movimentada. Em média, 70 rotas deverão ser percorridas semanalmente”.

O governo paulista tem atualmente 10,8 milhões de doses já prontas para serem entregues. Hoje, o Butantan consegue produzir diariamente 1 milhão de doses da CoronaVac, mas pode dobrar a produção a partir de maio, quando termina de fazer a vacina contra a Influenza.

Estados

Quatorze estados com alta na média de mortes: Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Piauí, Ceará, Paraíba, Sergipe, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. As maiores altas foram em Roraima e no Ceará.

Em estabilidade estão o Distrito Federal e 12 estados: Acre, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Esta segunda-feira é o quarto dia seguido sem registro de estados em queda.