Média de mortos em consequência da Covid-19 cresce 69% em um mês no Brasil
É o 17º dia seguido com média de óbitos acima de 200. Registro de novos casos têm ligeira queda, resultado da possível subnotificação dos autotestes
Publicado: 15 Julho, 2022 - 12h51 | Última modificação: 15 Julho, 2022 - 19h53
Escrito por: Tiago Pereira, da RBA
O Brasil registrou nesta quinta-feira (14) mais 297 mortes por complicações causadas pela Covid-19 e 65.379 novos casos da doença no período de 24 horas monitorado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A média móvel de vítimas calculada em sete dias ficou em 244. É a segunda maior marca desde 25 de março. O país completa 17 dias seguidos com esse índice acima de 200. Em 14 dias, a média de mortes teve crescimento de 14,4%. Na comparação com 14 de junho, quando o indicador estava em 144, a alta chega a 69,4%.
A média móvel de casos, que ficou em 54.633, registrou ligeira queda (-3,4%) nas últimas duas semanas. Na comparação com os últimos 30 dias, no entanto, a alta chega a 38,9%. O total de casos seguramente é ainda maior, já que os resultados positivos dos autotestes (vendidos em farmácia) não entram nos índices oficiais, se não forem confirmados através de outro teste RT-PCR. Caso contrário, ampliam a subnotificação.
Ao todo, desde o início da pandemia, o Brasil tem 674.339 óbitos e, consequência das complicações causadas pela Covid oficialmente registrados e mais de 33 milhões de casos da doença.variantes preocupam
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o crescimento global do número de casos de covid-19, que decorrem principalmente da disseminação das subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron. Ambas são mais resistentes aos anticorpos das vacinas, assim como são capazes de burlar as imunidade adquirida em infecções anteriores. No Brasil elas também já são predominantes.
“As novas ondas mostram que a Covid-19 está longe de ter acabado”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Assim, ele orientou os governos a adotarem novamente medidas como o uso de máscaras, de modo a conter a pressão sobre os sistemas de saúde.
Na França, por exemplo, as hospitalizações tiveram “aumento acentuado” de 19% em relação à semana anterior, segundo a Agência de Saúde Pública local, informou a Rádio França Internacional (RFI). As entradas em UTIs também subiram 22%, e os óbitos registrados em instituições de saúde saltaram 39% no mesmo período.
Além disso, uma nova variante BA.2.75 da ômicron, detectada pela primeira vez na Índia, no início de maio, é o novo foco das preocupações. Entre os indianos, ela já responde por 20% dos casos da doença. E, de acordo com a OMS, já foi identificada em outros 10 país, Reino Unido, EUA, Austrália, Alemanha e Canadá.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, os casos da BA.2.75 no Reino Unido aumentaram acentuadamente, e “aparentemente” mais rápido do que a BA.5, considerada “extremamente transmissível”. O virologista do Departamento de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres, Tom Peacock, relatou que essa nova subvariante tem 45 mutações comuns com BA.5 e 15 particulares. “É definitivamente um candidato em potencial para o que vem depois do BA.5”, apontou o especialista.