Média móvel de casos de Covid-19 no Brasil supera 35 mil e é a maior desde setembro
País ultrapassou a marca de 173 mil vidas perdidas para a doença desde o início da pandemia. Em SP, depois da eleição, governador reconhece alta dos casos e amplia restrição de circulação
Publicado: 01 Dezembro, 2020 - 11h29 | Última modificação: 01 Dezembro, 2020 - 11h44
Escrito por: Redação CUT
O Brasil registrou 317 mortes por Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, entre domingo (29) e segunda-feira (30), ultrapassando a marca de 173.165 vidas perdidas para a doença desde o início da pandemia, em março. A média móvel de mortes nos últimos 7 dias foi de 518 – menos 7% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de estabilidade nas mortes.
Já em relação aos casos confirmados, o Brasil tem registrados no total 6.336.278 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus desde março. Deste total, 22.622 foram confirmados nesta segunda, elevando a média móvel nos últimos 7 dias para 35.468 novos diagnósticos por dia, a maior desde 6 de setembro - quando chegou a 39.356 -, o que equivale a uma variação de 20% em relação aos casos registrados em duas semanas, indicando tendência de alta nas contaminações.
Só entre os dias 22 e 28 de novembro, o Brasil registrou 237.486 novos casos de infecções pelo coronavírus. Foi a segunda semana consecutiva de patamares superiores a 200 mil, que não eram registrados desde o início de setembro.
OMS vê situação no Brasil como ‘muito preocupante’
A situação do Brasil é "muito preocupante", avaliou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyes. Ele relembrou a queda na velocidade da propagação do vírus no país, observada até o início de novembro, mas ressaltou que o período de declínio foi curto.
Segundo Tedros, "os números estavam em queda até a semana de 2 de novembro", e, menos de um mês depois, "mais uma vez dobraram".
Situação nos Estados
Oito estados tiveram alta na média móvel de mortes: Santa Catarina, Espírito Santo, Acre, Amazonas, Rondônia, Ceará, Pernambuco e Sergipe.
Em outros 7 estados, o número de mortes não subiu nem caiu de forma significativa, portanto, são considerados estáveis: Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Amapá, Pará, Bahia e Maranhão.
Em 11 estados mais do Distrito Federal, a média móvel de mortes está em queda: Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima, Tocantins, Alagoas, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte.
Em São Paulo, estado mais afetado pela pandemia, um dia depois da eleição, o governador João Doria (PSDB) decidiu mudar os critérios de reclassificação do estado que vai voltar para a fase amarela do Plano SP, de prevenção a pandemia do novo coronavírus.
Desde o início da pandemia SP já perdeu 49.095 vidas e tem 1.241.653 pessoas contaminadas.
As taxas de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são de 59,1% na Grande São Paulo e 52,2% no Estado. O número de pacientes internados é de 9.689, sendo 5.548 em enfermaria e 4.141 em UTI, conforme dados das 10h40 desta segunda-feira.
Os 645 municípios de SP têm pelo menos uma pessoa infectada, sendo 598 com um ou mais óbitos. A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada em: www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus
Não serão fechados comércio, nem bares, nem restaurantes. A fase amarela é apenas “mais restritiva nas medidas para evitar aglomerações e o aumento do contágio", disse o governador.
Confira o que muda em SP:
Estão proibidos eventos com público em pé;
A ocupação máxima de shopping centers, galerias, comércio e serviços passa de 60% para 40% da capacidade e o horário de funcionamento passa a ser reduzido de 12 para 10 horas por dia;
A ocupação máxima de restaurantes ou bares para consumo local e também em salões de beleza e barbearias cai de 60% para 40% e o horário de funcionamento será restrito a 10 horas por dia e até as 22 horas.
Eventos, convenções e atividades terão sua capacidade máxima limitada de 60% para 40%, o controle de acesso é obrigatório, assim como hora e assentos marcados.
Academias de esporte de todas as modalidades e centros de ginástica terão capacidade reduzida de 60% para 30% e aulas e práticas em grupo estão suspensas
De acordo com o Plano São Paulo, cinemas, teatros e museus podem permanecer abertos na fase amarela.
Na fase amarela é permitida a abertura de instituições de ensino públicas e privadas do estado. Portanto, as escolas permanecerão em funcionamento.
No Rio de Janeiro, segundo estado mais afetado pela pandemia, o grupo de combate a pandemia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) emitiu nota técnica, nesta segunda-feira, alertando para o aumento acelerado de casos de Covid-19 e pedindo que seja tomada uma série de medidas, que incluem novo fechamento das praias e suspensão de eventos esportivos, sociais e culturais.
"O aumento dos casos já está provocando grande estresse no sistema de assistência à saúde (...) A média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos do Sistema Único de Saúde (UTI adulto) dedicados à Covid-19 (UTI/Srag - Síndrome Respiratória Aguda Grave) na Região Metropolitana I está em 93,5%. Já a média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos de suporte à vida da Rede SUS no município está em 102,1%. Ou seja, não há vagas para internação", diz trecho da nota.
Confira aqui a íntegra da nota.