Escrito por: Redação CUT
Surfista foi às Olimpíadas de Tóquio sem se vacinar. Ele admitiu que não vai disputar a última etapa da temporada do Mundial de Surf, em Teahupo'o, no Taiti, por falta de imunização contra a covid-19
O surfista Gabriel Medina, de 27 anos, teve quatro oportunidades de se vacinar contra a Covid-19, que já infectou mais de 200 milhões de pessoas no mundo e matou mais de 560 mil só no Brasil, mas em nenhuma delas foi tomar o imunizante.
Apoiador do negacionista Jair Bolsonaro (ex-PSL), o surfista admitiu em uma live que por não ter se vacinado vai perder a última etapa da temporada do Mundial de Surf, em Teahupo'o, no Taiti: “Eu não vou para Teahupoo porque eu não tomei a vacina e aí tem que fazer 10 dias de quarentena. Aí não dá tempo de ir do México, que é uma seguida da outra. Aí vou ser obrigado a não ir. Sacanagem. Mas de boa", disse.
A contagem de quantas vezes o surfista poderia ter sido vacinado foi feita pelo jornal Folha de São Paulo, que descreveu os lugares em que Medina estava, onde ocorriam vacinação.
O jornal apontou que, antes de viajar ao Japão para as Olimpíadas de Tóquio, Medina poderia ter se vacinado no dia 14 de maio, com a ajuda do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que ofereceu aos atletas a imunização doada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Para se vacinar era preciso confirmar ao COB o interesse e informar em que cidade do Brasil estaria.
O surfista, disse que seu calendário de competições era incompatível com as datas disponibilizadas. Ele estava na Austrália disputando a primeira perna do Circuito Mundial da WSL. De lá, ele viajou para El Salvador, na América Central, onde foram disputados os ISA Games, o Campeonato Mundial Amador de surfe.
A primeira oportunidade, onde estava presente, surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, onde competiu em mais uma etapa da WSL. Naquela época, os EUA estavam oferecendo vacina para visitantes de qualquer idade. De volta ao Brasil, Medina postou uma foto em rede social, em Maresias, litoral de São Sebastião, no dia 27 de junho.
Em outras duas oportunidades, o atleta teve com a realização de rodadas de vacinação em São Paulo, nos dias 5 e 12 de julho, promovidas pelo COB. De novo Medina não foi tomar o imunizante, mesmo sabendo da recomendação do Comitê Olímpico Internacional para que os competidores se vacinassem antes de ir a Tóquio ( por não ter como controlar todos os atletas o COI permitiu a entrada de não vacinados). Medina se arriscou a contrair a doença e colocou os demais atletas em risco ao ir ao Japão.
A quarta oportunidade surgiu após as Olimpíadas de Tóquio, quando voltou ao Brasil sem medalha. Ele poderia ter se vacinado na cidade em que mora, São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, e que está vacinando pessoas de mais de 18 anos.
Outras modalidades vacinaram seus atletas
As confederações de atletismo, de skate e de futebol instruíram seus atletas a se vacinarem. Os skatistas que passaram pelos EUA tomaram a Jassen, de dose única. Parte do time de Revezamentos, de atletismo, teve de voltar da Polônia para os EUA para tomar a segunda dose da Pfizer e a seleção masculina de futebol se vacinou com o imunizante da Pfizer, deixando para tomar a segunda dose na volta ao Brasil.
A reportagem da Folha disse que procurou o agente de Medina, que não respondeu as mensagens. No final da tarde desta sexta-feira (6), o surfista disse ,em seu twitter, que foi um erro não ter conseguido agendar sua imunização e defendeu as vacinas. Ainda assim, ele foi alvo de muitas críticas em sua rede social.