Escrito por: Redação CUT
Estão sendo distribuídas via WhatsaApp informações mentirosas sobre os financiamentos feitos pelo BNDES durante as gestões petistas. Confira a verdade
A poucos dias do segundo turno das eleições, mais uma tentativa de atingir o candidato do PT, Fernando Haddad, com notícias falsas, as chamadas fake news, volta a ser usada pelos opositores.
Estão sendo distribuídas via WhatsaApp informações mentirosas, um verdadeiro ataque as honras dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff sobre os financiamentos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) durante as gestões petistas.
Com imagens e informações falsas ou distorcidas, as mensagens falam de supostas obras financiadas pelo banco e acusa os governos petistas de apoiarem construções em países “comunistas” para gerar emprego fora do Brasil.
O engraçado é que a acusação é feita justamente contra os dois ex-presidentes que mais geraram emprego e renda no Brasil, investindo pesadamente na indústria nacional que passou, inclusive, a produzir navios no país gerando milhões de empregos em todas as regiões do território nacional.
O BNDES, sob gestão do golpista e ilegítimo Michel Temer (PSDB), portanto, sem ligação nenhuma com o PT ou os ex-presidente Lula e Dilma, já desmentiu as informações. O banco não financia obras em outros países, disse a direção do BNDES.
"O que o banco financia é a exportação de bens e serviços brasileiros de engenharia para o exterior. São coisas diferentes. Nessas operações (assim como em todas as outras que realiza), o BNDES desembolsa os recursos exclusivamente no Brasil, em reais, para a empresa brasileira, à medida que as exportações vão sendo realizadas e comprovadas", explica a instituição em seu site.
O objetivo do apoio do BNDES às exportações brasileiras, esclarece o banco, é o mesmo do que qualquer outra operação que a instituição realiza: “gerar emprego e renda no Brasil”.
“Quando financia as exportações de uma empresa brasileira de engenharia para obras no exterior, o BNDES exige que todos os bens e serviços apoiados sejam de origem brasileira".
Alguns memes que ainda circulam nas redes sociais citam obras que nunca receberam financiamento do banco, como a Ferrovia Sarmiento, na Argentina, a rede de gasodutos em Montevidéu, no Uruguai, a ponte sobre o Rio Orinoco, na Venezuela, a hidrelétrica de Tumarín, na Nicaraguá, entre outras obras. As montagens acusam o PT de financiar obras em países comunistas, mas elas nunca ocorreram.
Já outras duas reproduções apresentaram obras que foram financiadas pela instituição brasileira. Porém, colocaram valores incorretos. São elas: o Aeroporto de Nacala, em Moçambique, o Gasoduto San Martin, na Argentina, e o Porto de Mariel, em Cuba. O banco, no entanto, nunca repassou valores para a construção de casas em Cuba, como sugere outra montagem distribuída pela rede social. Os dados podem ser verificados no Portal da Transparência.
Uma informação convenientemente omitida pelos apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que reproduzem o discurso de que o PT apoia a Venezuela de forma reiterada, é que a maioria do destino das operações do BNDES que têm o objetivo de promover a geração de emprego e desenvolver a economia brasileira são os Estados Unidos, com US$ 17 bilhões no período de 1998 a 2017.
O economista e professor da Unicamp, Marcelo Monzano, diante da insistência dos apoiadores de Bolsonaro na propagação das informações falsas e na desqualificação dos financiamentos feitos pelo banco, publicou nesta semana nas redes sociais uma explicação que esclarece as dúvidas e reafirmam a importância dos investimentos feitos pelo banco para o desenvolvimento do país. Confira:
1) O BNDES não usa e nem faz empréstimos em DÓLAR. Seu capital está denominado em REAIS;
2) Quando o BNDES financia um projeto que fica em outro país (ex: um porto; uma plataforma de petróleo ou uma ferrovia) ele não manda dinheiro para esse país, por uma razão simples e óbvia: o Real não é uma moeda internacional e de nada serviria um caminhão de reais na mão de um governante ou de uma empresa fora do Brasil.
3) O dinheiro (R$) relacionado ao empréstimo fica todo no Brasil, NENHUM CENTAVO SAI DO BRASIL. Todo o dinheiro é utilizado exclusivamente para pagar os serviços e produtos realizados NO BRASIL por empresas BRASILEIRAS que prestam serviço para o projeto do país estrangeiro.
Por exemplo: para construir uma ferrovia, além da compra de diversos materiais ferroviários que podem ser produzidos no Brasil, é necessário contratar também serviços de engenharia (projetos, cálculos, assessoria técnica, etc.) que também são feitos por empresas e profissionais do Brasil - tudo isso, portanto, é pago em REAIS pelo BNDES, que depois receberá de volta esse valor (acrescido de juros!!!) do país que contratou o empréstimo.
4) Portanto, essa é uma maneira inteligente de desenvolver a produção nacional e estimular a geração de bons empregos no Brasil, aproveitando a DEMANDA de uma obra ou um negócio que acontece fora do Brasil.
5) O BNDES ganha dinheiro com esses projetos, pois não se trata de nenhuma doação, mas sim de financiamento com juros.
6) Como esse dinheiro fica circulando entre as empresas e os profissionais no Brasil, ele gera também um fluxo de pagamentos de tributos, que ampliam a arrecadação para os cofres públicos.
7) Esse tipo de operação (financiar projetos em outros países que compram serviços do país de origem) é uma prática financeira muito comum, que é feita por diversos países ao redor do mundo para desenvolver as suas empresas nacionais. (Ex: Alemanha, EUA e China são conhecidos pelo sucesso desse tipo de estratégia);
8) O BNDES realiza esse tipo de operação com países de diferentes tonalidades políticas (Peru, Argentina, Colômbia, Cuba, Panamá, Moçambique, Equador, Bolívia, entre outros)
9) O BNDES iniciou esse tipo de empréstimo para países estrangeiros em 1998, quando FHC era presidente e liberou um empréstimo para Cuba.
*Com informações Rede Brasil Atual