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Mercedes vai colocar 600 trabalhadores em férias coletivas no ABC paulista

O motivo, diz o  Sindicato dos Metalúrgicos do ABC , é a falta de componentes eletrônicos

Publicado: 25 Fevereiro, 2022 - 08h48 | Última modificação: 25 Fevereiro, 2022 - 08h58

Escrito por: SMABC

Adonis Guerra/ SMABC
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Por falta de componentes eletrônicos, a fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, colocará 600 metalúrgicos das áreas de eixos, cambio e caminhões, em férias coletivas durante 12 dias, de 14 a 25 de março. O contingente representa 10% dos funcionários na produção – a unidade tem 8 mil empregados no total. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), outro grupo pode entrar em coletivas no final do mês.

Coordenador do comitê sindical na Mercedes, Sandro Vitoriano disse que no início do ano a perspectiva era mais favorável para o setor de caminhões, mas a falta de peças mudou o cenário.

“No final de janeiro a empresa estava discutindo jornadas adicionais e contratações para atender o volume de produção. Mas depois, com o agravamento da falta de peças, já houve cortes no volume e a Mercedes sinalizou que haverá férias coletivas”, afirmou.

“Com o aumento da demanda, nossa pauta também era para colocar mais trabalhadores na empresa", afirmou o dirigente.

Havia, segundo ele, uma “demanda reprimida” por diversos fatores. Além da pandemia, maior volume de exportações devido ao agronegócio e antecipação de compras causadas pelo chamado sistema Euro 6, um conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes em motores a diesel.

Para o presidente da IndustriALL Brasil, Aroaldo Oliveira, o caso da Mercedes reforça a necessidade de se implementar uma política industrial no país. “Não estamos discutindo uma queda no mercado ou a falta de capacidade de produzir caminhões. O que acontece agora, em momento que a empresa deveria estar contratando, mostra a total ineficácia do atual governo. Porque não pensa políticas industriais que atendam as demandas das indústrias e do consumo que está colocado no Brasil. Assim, poucos setores estão reagindo, e nesses poucos o governo não tem uma política para estimulá-los”, afirma Aroaldo, que também é diretor-executivo do sindicato do ABC.