Metalúrgicos do ABC aprovam acordo com a Toyota, que vai mudar área administrativa
Parte dos funcionários será transferida de São Bernardo para Sorocaba, no interior paulista
Publicado: 29 Setembro, 2020 - 09h16 | Última modificação: 29 Setembro, 2020 - 09h19
Escrito por: Redação RBA
Assembleia realizada nesta segunda-feira (28) aprovou acordo negociado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) e a Toyota, que vai transferir o setor administrativo de São Bernardo do Campo para Sorocaba, no interior paulista. Com aproximadamente 1.400 funcionários, a fábrica do ABC é a primeira da montadora fora do Japão. Foi inaugurada em 1962.
O presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, disse ter recebido com “perplexidade” a notícia da mudança. Mas observou que, no acordo, a Toyota se compromete com a continuidade da fábrica de São Bernardo. Será formada uma mesa de negociação para discutir e viabilizar novos produtos. “A partir desse entendimento e do fechamento desse acordo, estamos agora voltados a buscar condições para ampliar a capacidade de produção da planta”, afirmou.
A empresa abrirá um programa de demissões voluntárias (PDV) para a área administrativa, com 12 salários adicionais e manutenção do plano de saúde por um ano. “O programa está aberto inclusive para aqueles que serão transferidos de planta e ainda para os aposentados que atuam na produção”, informam ainda os metalúrgicos.
Sem política industrial
Àqueles que serão transferidos de São Bernardo para Sorocaba – cuja fábrica é de 2012 –, o acordo também prevê salários adicionais. Quem preferir não mudar de domicílio terá transporte fretado por dois anos. Além disso, haverá estabilidade de um ano para todos os que forem para a unidade do interior.
“A empresa pretendia transferir 600 trabalhadores e conseguimos reduzir para 490. Dos 300 que a fábrica pretendia tirar, negociamos para que a meta seja de 120”, lembrou Wagnão. “Diferente do que vivemos em 2015, por exemplo, quando os investimentos do Inovar Auto tornaram possível a ampliação da planta da Toyota e a construção do centro de desenvolvimento, hoje não há qualquer ação dos governos em defesa da indústria e dos empregos. Eles mantiveram a decisão de transferência, mas conseguimos um acordo bom para aqueles que serão transferidos, com estabilidade, e um PDV num bom patamar, de forma que as saídas aconteçam de forma voluntária.”