Escrito por: Redação CUT
Em São Bernardo do Campo, o Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras começa com uma procissão, depois tem missa na Igreja Matriz e ato inter-religioso na Praça
O Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em São Bernardo do Campo, cidade onde mora o ex-presidente Lula, terá um ato por democracia e por pela liberdade de Lula, mantido preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, desde o dia 7 de abril.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC conclama todos que defendem a democracia, os direitos sociais e trabalhistas e a liberdade de Lula a se concentrarem às 7h, em frente à sede do sindicato, na Rua João Basso, 231, centro de São Bernardo do Campo, de onde seguirão em procissão até à Igreja Matriz, também na região central da cidade. A procissão é uma homenagem a São José Operário, padroeiro dos trabalhadores. Às 9h será celebrada a tradicional Missa do Trabalhador.
"A igreja é também um espaço de luta”, diz o secretário-geral do sindicato, Aroaldo de Oliveira, lembrando que a missa é um momento de reflexão para os metalúrgicos sobre sua condição enquanto trabalhador e ser humano em busca da superar a opressão.
Segundo Aroaldo, depois da missa, haverá um ato inter-religioso na Praça da Matriz, em frente à igreja, com apresentações artísticas e culturais.
À tarde, os metalúrgicos do ABC participarão do ato de 1º de Maio na Praça da República, em São Paulo, e também em Curitiba, onde haverá manifestação unificada das sete maiores centrais sindicais brasileiras - CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CSB e Intersindical –, unidas pela primeira vez desde a redemocratização do país em torno da defesa dos direitos e por Lula livre
"A luta é pelos direitos e pela garantia de um país democrático para nós e nossos filhos. Faremos do 1º de maio um ato político e de fé na democracia e na liberdade", pontua o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana.
O Sindicato dos Metalurgicos do ABC, que Lula escolheu para ficar do dia 5 de abril, quando a Justiça decretou a sua prisão, até decidir cumprir a ordem Judicial no dia 7, é o local preferido pelo ex-presidente. Foi lá que ele começou a sua sua em defesa dos direitos da classe trabalhadora. Durante esses dias, o sindicato foi cercado por milhares de trabalhadores e trabalhadoras solidários ao ex-presidente, idignados com a prisão injusta determina pelo juiz Sérgio Moro.
A biografia de Lula conta que, em 1964, em plena ditadura militar, Lula perdeu o emprego depois de discutir com seu chefe reivindicando aumento de salário. Em 1965, foi admitido na Fris, no Ipiranga, mas logo foi demitido por faltar o emprego em um turno extra. Em 1966, foi admitido nas Indústrias Villares, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde se concentravam várias indústrias. Nessa época, passa a se envolver nos movimentos sindicais, levado por seu irmão José Ferreira da Silva, conhecido por Frei Chico. Em 1975, foi eleito presidente do então Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Em 1978, foi reeleito e no dia 13 de março de 1979, depois de 10 anos sem greves, comandou uma greve que paralisou 180 mil operários do ABC paulista.