Escrito por: Igor Carvalho

SP: Metalúrgicos param o ABC contra a Reforma da Previdência

Mais de 12 mil trabalhadores participaram de grande ato que travou principal rodovia da região

Foto: Roberto Parizotti

Por volta das 6h desta sexta-feira (09), uma hora antes do horário marcado para o grande ato contra a Reforma da Previdência, centenas de metalúrgicos já se aglomeravam na frente da fabricada da Ford, em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista. Pouco depois das 7h, eram 12 mil manifestantes que seguiram em marcha até a rodovia Anchieta, que foi ocupada pelos trabalhadores entre os KMs 15 e 18.

Durante o trajeto, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, alertou os trabalhadores do setor sobre os riscos à que estão expostos caso a Reforma da Previdência seja aprovada. “As montadoras estão apoiando essas mudanças na aposentadoria. Porém, o que eu quero ver é se essas montadoras vão garantir empregos para pessoas com 66, 68 ou 70 anos no futuro. Quando o trabalhador chegar aos 60 anos, eles vão chamar o sindicato para negociar a troca”, afirmou o dirigente.

Ainda no caminhão de som, Marques contextualizou o momento político do País. “Nesse próximo período, iremos ver muitas mudanças no Brasil. Com a Reforma da Previdência, o projeto da terceirização e a PEC 55, a elite irá subir de patamar e a classe trabalhadora perderá poder de negociação. A supremacia será deles, que vão sentar nas mesas de negociação e dar as cartas.”

Para Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), “estamos pagando uma conta que não é nossa”. “Os banqueiros e os grandes empresários desse País financiaram o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Tiraram do poder uma mulher inocente. Agora, querem que os golpistas devolvam o favor, querem que os trabalhadores arquem com o ônus da crise, por isso essa perversa Reforma da Previdência.”

Passava das 11h quando o ato foi encerrado no KM 18 da rodovia Anchieta, com o encontro de trabalhadores da Ford, Wolksvagen e Mercedes Benz, além de pequenas metalúrgicas da região, todos gritando “Fora Temer”.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, mostrou otimismo com a mobilização. “O que vimos aqui hoje é muito importante. Foi uma demonstração de força da classe trabalhadora. Os metalúrgicos do ABC estão dando a largada na resistência à Reforma da Previdência. Com essa catástrofe social, o povo está despertando e esse ato mostra isso, a insatisfação está tomando as ruas”, encerrou o dirigente.