Escrito por: Redação CUT
Trabalhadores lutam contra 480 demissões na fábrica de Jacareí. Eles reivindicam cinco meses de layoff mais três meses de estabilidade no emprego
Os Metalúrgicos da Caoa Chery em Jacareí (SP) recusaram, em assembleia realizada nesta terça-feira (24), a proposta patronal de indenização de sete a 15 salários nominais aos cerca de 480 trabalhadores e trabalhadoras que serão demitidos da unidade, que tem 600 funcionários no total.
Eles aprovaram a reivindicação apresentada pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que prevê cinco meses de layoff mais três meses de estabilidade no emprego para quem não aderir ao plano de demissão.
Para os que aderirem, os trabalhadores aprovaram proposta do Ministério Público do Trabalho (MPT) que prevê pagamento de 20 salários nominais e extensão por 18 meses de todos os benefícios.
Com o impasse nas negociações, os metalúrgicos decidiram seguir com o acampamento em frente à fábrica e realizar uma mobilização por dia.
“Faremos, agora, uma manifestação por dia. Vamos até outras montadoras votar, em assembleia, o apoio aos companheiros da Caoa Chery. A solidariedade de todo o movimento sindical, político e social do país é muito importante para impedir o fechamento da fábrica”, disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
“Neste momento, a aprovação do layoff com a estabilidade no emprego é essencial para que essas 480 famílias possam planejar seu futuro. Os trabalhadores estão dispostos a lutar até o final, junto com o Sindicato”, complementou Weller.
Segundo o sindicato, cerca de 200 trabalhadores ocuparam a fábrica durante cerca de uma hora e meia para protestar contra a falta de compromisso da empresa, que voltou atrás em acordo assinado em ata com o sindicato.
Empresa diz que vai reabrir em 2025
A fábrica da Caoa Chery em Jacarei está parada desde o final de março. No dia 5 de maio, a direção da montadora anunciou o fechamento da unidade e a demissão de cerca de 480 trabalhadores. A direção diz que precisa fechar a empresa para fazer obras de modernização que vão durar até 2025. Neste periodo, a Caoa Chery pretende adaptar a unidade para a produção de carros híbridos e elétricos.
Quebra de acordo
Segundo o Sindicato, no dia 10, eles e a direção da empresa assinaram o documento aprovando o layoff de cinco meses com mais três meses de estabilidade. Porém, sustentam, dois dias após assinar a ata, a Caoa Chery desistiu do compromisso. Desde então, o Sindicato tenta avançar nas negociações com a empresa.