Metroviários de SP voltam ao trabalho após governo recuar e liberar catracas
Categoria entrou em greve nesta quinta-feira por pagamento de direitos, mas propôs trabalhar desde que a população não pagasse pelas passagens como forma de protesto
Publicado: 23 Março, 2023 - 10h19 | Última modificação: 23 Março, 2023 - 10h33
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Os metroviários de São Paulo voltaram ao trabalho após o governo de Tarcísio Freitas (Republicanos) recuar e aceitar proposta feita pelo sindicato da categoria, aprovada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), de manter a operação do metrô com as catracas liberadas como forma de protesto.
A categoria entrou em greve nesta quinta-feira (23) reivindicando o pagamento da Participação nos Resultados (PRs) de 2020, 2021 e 2022, que não foram pagas pelo Metrô; a contratação de mais trabalhadores por meio de concurso público para todas as áreas do Metrô que estão com falta de mão de obra; e por mais investimentos.
Diariamente, cerca de 3 milhões de pessoas circulam pelas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e o monotrilho linha 15-Prata, que são operadas pelo Metrô e amanheceram fechadas na manhã desta quinta.
Catraca liberada
Os metroviários aceitaram manter a operação do Metrô com a catraca liberada como forma de protesto, mas a companhia não aceitou a proposta, de acordo com Narciso Fernandes, diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Com a operação totalmente paralisada na manhã desta quinta, o governo recuou e a direção do Metrô enviou um ofício ao sindicato da categoria para negociar a liberação das catracas.
O documento questiona em quanto tempo 100% dos funcionários conseguem voltar a trabalhar. A previsão do sindicato é que às 10h30 todos estejam a postos.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, a presidente do sindicato, Camila Lisboa, convocou os metroviários a voltarem imediatamente aos postos de trabalho. "Estamos orientando a todos a voltarem neste momento para os seus postos de trabalho, de todas as áreas".
Os metroviários usam a catraca livre como pressão para negociar com o governo. "Fizemos o desafio e a catraca livre vai funcionar. A gente faz um apelo ao Metrô e ao governador para negociar com a categoria. Nosso instrumento de pressão mudou: o Metrô vai funcionar através de catraca livre", completou Lisboa.
A gestão estadual afirma que aguarda o fim da greve. "O Governo de São Paulo e o Metrô estão abertos à negociação e aguarda a interrupção da greve que prejudica exclusivamente o cidadão que depende do transporte público."
Metrô tentou fixar quantidade mínima de trabalhadores. TRT rejeitou
O TRT-SP indeferiu liminar nessa quinta-feira (22), a pedido do Metrô, para fixar um quantitativo mínimo de funcionamento dos trens em caso de greve. Na decisão, foi acatada a liberação das catracas, método proposto pelo sindicato dos trabalhadores para afastar a possibilidade de danos à população.
“Segundo a juíza relatora da decisão Eliane Aparecida da Silva Pedroso, dessa forma não ocorre diminuição da oferta dos serviços de transporte à comunidade, diferentemente do que foi proposto pelo sindicato patronal. Na opinião da magistrada, greve é um incômodo e tem o objetivo de mobilizar a sociedade em torno das exigências e necessidades de uma coletividade”, afirma comunicado do TRT.
Linhas concedidas
As concessionárias ViaMobilidade e ViaQuatro, que operam as linhas de metrô 4-Amarela e 5-Lilás de metrô; e as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos, informou que as operações seguem normalmente nesta quinta-feira e que novos trens para reforço da operação estão sendo avaliados
Com informações da Agência Brasil.