Escrito por: CUT Brasil, com informações do Sindob
Movimento liderado pelo sindicato denuncia mais uma morte causada por acidente ocorrido em agosto na Siderúrgica Gerdau.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco e Base (Sindob) realizou nesta terça-feira (10) uma paralisação na Portaria Leste da Sideúrgica Gerdau em Ouro Branco (MG). A intenção foi chamar a atenção dos trabalhadores para a questão de segurança e denubnciaR a ocorrência da morte da quinta vítima da explosão ocorrida dia 15 de agosto na coqueria da siderúrgica.
Em protesto, dirigentes do sindicato fincaram cruzes no local, simbolizando os trabalhadores mortos nos últimos acidentes na Siderúrgica Gerdau. Em menos de um ano foram 10 mortes em decorrência de acidentes de trabalho na empresa,
No domingo (8/10) à noite, faleceu Alicleia de Aquino da Silva, de 34 anos, que estava internada desde o dia da explosão na coqueria. Ela permaneceu 56 dias em coma no Hospital Evangélico, em Belo Horizonte, desde o dia do acidente. O corpo da trabalhadora foi sepultado na manhã desta terça-feira, em Ouro Branco.
Elicleia Aquino da Silva era soldadora terceirizada, sendo contratada da Convaço, prestadora de serviços da Gerdau. O acidente aconteceu durante a manutenção da parte inferior da Coqueria 2 da usina – um forno onde é produzido o coque, derivado de carvão mineral essencial na fabricação do aço. Dois trabalhadfores morreram na hora. As vítimas foram identificadas como Fernando Alves Peixoto, de 40 anos, e Cristiano Rodrigo Marcelino, de 35. Em 3 de agosto, terceirizado da empresa Oil Trade, Sandro Barbosa Gomes, de 38 anos, morreu e, em 10 de setembro, Levindo Costa Carvalho, de 60 anos, também faleceu. Outras 10 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para hospitais de Ouro Branco e de Belo Horizonte. Em 2016, ocorrências na usina em novembro e em dezembro provocaram cinco mortes.
O presidente do Sindob, Raimundo Nonato Roque de Carvalho, afirmou que o último acidente aumenta a preocupação de trabalhadores. Segundo ele, operários temem pelas condições de segurança na usina desde novembro de 2016, quando quatro pessoas morreram depois da explosão do gasômetro de um dos altos-fornos.
Na manifestação, o sindicato pediu a formação de uma comissão com a equipe da Geradau, trabalhadores e sindicato. “Estamos denunciando frequentemente a falta de manutenção preventiva na usina. No dia do acidente, entregamos boletim pela manhã aos operários alertando para que tivessem cuidado na área e durante as manutenções, mas não foi o suficiente para evitar a tragédia”, acrescentou o sindicalista.
A Siderúrgica Gerdau continua insistindo, em sucessivas notas, que "os equipamentos da Usina Ouro Branco estão em condições adequadas obedecendo aos padrões de segurança estabelecidos na legislação vigente."
A Polícia Civil confirma quer os casos continuam sob investigação, mas não fornece mais informações,uma vez que as apurações estão sob segredo de Justiça.