Mídia explora estereótipo do negro bandido, diz relatora
Para a secretária de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, a imprensa esconde o debate
Publicado: 15 Julho, 2015 - 11h43 | Última modificação: 15 Julho, 2015 - 13h07
Escrito por: Walber Pinto
A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a violência contra jovens negros e pobres, Rosangela Gomes (PRB-RJ), avalia que a mídia "sensacionalista" contribui para o racismo e cobra mais diálogo dos parlamentares com os veículos de comunicação. Rosangela criticou ainda o papel da mídia em seu relatório. Segundo ela, os veículos poderiam ser “grandes aliados” na luta pelo fim da discriminação racial.
“A mídia pode ajudar, por exemplo, nas novelas, nos filmes. Mostrar também o jovem que é negro e pobre de uma maneira mais positiva. Acho que esse papel a mídia tem toda a condição de fazer para que a gente possa efetivamente acabar com a questão de racismo. Desse racismo velado, escondido e silencioso que existe”, afirma.
Para a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, a imprensa esconde e aniquila o debate como é o caso da maioridade penal, que está em discussão na Câmara dos Deputados. “A imprensa tomou um partido defendendo na sua concepção que deveria aumentar a maioridade penal. Fez reportagens induzindo a população brasileira, nem a abriu sequer um debate no âmbito da sociedade para mostrar o contraditório. Que liberdade de expressão é essa?”, questiona a dirigente da CUT.
A CPI da violência contra jovens negros reúne-se ao meio-dia para votar o relatório final. O texto foi discutido ontem por mais de quatro horas, mas os parlamentares não chegaram a um consenso.