Escrito por: Leonardo Severo, com informações da Prensa Latina

Milhares de operários da Peugeot na...

Empresa anunciou fechamento de fábrica com mais de três mil metalúrgicos

Milhares de operários do consórcio francês PSA Peugeot Citroen marcharam quarta-feira até a sede da empresa contra a extinção de milhares de postos de trabalho. Enquanto os manifestantes tomavam a frente do edifício onde se reunia o Conselho de Direção da firma em defesa de seus salários e empregos, dentro das quatro paredes o facão era o único receituário para fazer frente às “perdas de 819 milhões de euros”.Dirigente da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Jean-Pierre Mercier denunciou que os grandes lucros obtidos no ano passado não foram repassados aos trabalhadores que agora são penalizados pelo impacto da crise que assola o país. “Não corresponde aos assalariados pagar a fatura, senão aos acionistas, que devem apertar os cintos”, declarou o sindicalista.Participaram da manifestação metalúrgicos da fábrica de Aulnay-sous-Bois, onde trabalham mais de três mil pessoas - ameaçada com o fechamento em 2014 - e de Rennes, onde se 1.500 postos. O “projeto” da Peugeot prevê ainda a demissão de outros cinco mil trabalhadores em todo o pais.Segundo o representante dos sindicatos franceses cristãos, Franck Dom, o plano de demissões da Peugeot é inaceitável, pois joga todo o peso da crise sobre as costas dos trabalhadores, sem apresentar alternativas concretas para assegurar os postos de trabalho. Entre as propostas apresentadas pelos sindicalistas está a de aquecer o mercado interno com o aumento das garantias dadas aos automóveis de dois para cinco anos, o que ocuparia mão de obra na manutenção. Além disso, os metalúrgicos  defendem que a empresa abandone definitivamente “os métodos administrativos importados dos Estados Unidos e do Japão”, que abusam do assédio moral, impondo ritmos de trabalho abusivos para potencializar seus lucros.