Escrito por: Andre Accarini e Marize Muniz
No #3J, manifestantes tomaram as ruas de cidades em todo o Brasil desde as primeiras horas deste sábado, com recado claro ao Congresso para desengavete os pedidos de impeachment de Bolsonaro
Milhares de brasileiros foram às ruas neste sábado (3) para exigir o impeachment de Jair Bolsonaro (ex-PSL). De acordo com levantamento prévio das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, mais de 800 mil pessoas participaram dos protestos em 312 cidades no Brasil e 35 no exterior.
A terceira onda de manifestações, a exemplo das anteriores, nos dias 29 de maio e 19 de junho, deu um recado direto ao Congresso Nacional, especialmente ao presidente da Câmara dos Deputados, Arhur Lira (PP-AL), que está ignorando os pedidos de impeachment: o povo quer a destituição do presidente e tem muitas razões para isso. Em muitas cidades do país, Lira foi tratado como cúmplice de genocídio.
A garotinha que perdeu a avó e estava nas ruas de São Paulo tem o maior motivo do mundo para protestar. A avó poderia estar viva se Bolsonaro não tivesse negligenciado o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, se tivesse comprado rapidamente as vacinas e tantas outras coias que ele não fez.
Este jovem que estava nas ruas do Rio de Janeiro também tem razão para denunciar o descalabro que é a cobrança de propina na compra de vacinas.
E quando os recados a quem pode encaminhar a destituição do pior presidente da história do Brasil são dados por uma massa pacífica, mas determinada, que protesta contra a condução desastrosa de Bolsonaro em todos os aspectos como na economia e no enfrentamento à pandemia, que já matou mais de 525 mil pessoas, não dá para ignorar.
Para a CUT, centrais sindicais, movimentos populares partidos políticos, cujos parlamentares não compactuam com o governo, passou da hora de o presidente da Câmara desengavetar um dos mais de 120 pedidos de afastamento já protocolados na Casa. Inclusive o superpedido de impeachemant, protocolado esta semana.
Por isso, mais 340 atos foram realizados neste sábado. As mobilizações reivindicam também comida no prato e vacina no braço, auxílio emergencial de R$ 600 e são contra as privatizações, denunciam a miséria, fome, desemprego, retirada de direitos e vários ataques do governo, são contra o genocídio do povo brasileiro, capitaneado por Bolsonaro.
Além de atos no Brasil, protestos foram realizados em outros países. Confira alguns dos atos realizados. Veja também mais atos no minuto a minuto da CUT
Confira como foram os atos no Brasil
Na capital federal, a manifestação começou na tarde deste sábado, no gramado central da Esplanada do Ministérios. A CUT Brasília transmitiu o ato ao vivo.
Em Maceió, apesar da chuva, a população foi às ruas com faixas e cartazes para exigir o impeachment de Jair Bolsonaro. A manifestação deu exemplo de organização com o distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde para evitar a disseminação do coronavírus e até enterro simbólico do desgoverno Bolsonaro.
Em Salvador, centenas de pessoas levaram faixas, bandeiras e cartazes às ruas pelo fora, Bolsonaro. Além da capital atos foram realizados em cidades do interior. Manifestantes fizeram passeata por várias ruas da cidade.
As cidades do extremo sul baiano fizeram atos simbólicos pelo #ForaBolsonaro e por vida, pão, vacina e educação!
Em Eunápolis a intervenção foi na tradicional Feira do Pequi (bairro Pequi), em Porto Seguro foi na Praça São Sebastião, em frente ao Mercado Municipal (bairro Campinho), e em Santa Cruz Cabrália no centro da cidade!
Feira de Santana foi mais uma das cidades onde manifestantes fizeram protestos com alusão às denúnicas de propina na aquisição e vacinas pelo governo Bolsonro. “A gente vale mais que o dólar” foi a frase utilizada pelos manifestantes. Com fileiras e distanciamento social, o povo foi às ruas na luta contra Bolsonaro, por vacina no braço e comida no prato.
Na capital Fortaleza, a concentração foi marcada para a tarde deste sábado e ocupou a Praça Portugal. Para os cearenses, o dia 03 de julho também marca mais um passo na jornada de lutas pela derrubada do fascista Bolsonaro! “Não iremos recuar” foi um dos gritos nas ruas contra o governo.
No interior do estado, teve atos com grande concentração de manifestantes em várias cidades, entre elas, Juazeiro do Norte, a segunda maior cidade do Ceará, onde os manifestantes também estavam muito organizados - todos com máscaras e em fileiras, respeitando o distanciamento social.
Em Cariri, também organizados em fileiras, com distanciamento e máscaras, o povo trabalhador Caririense mostrou sua disposição de luta! Trabalhadores das lojas no centro, receberam a manifestação com grande apoio!
@yanorodrigues | @levantedajuventude
A caminhada em Vitória, partiu das proximidades da Universidade Federal do Espírito Santo e teve a participação de vários movimentos sociais. Com faixas e cartazes, a manifestação exigiu o fim do genocídio do povo brasileiro.
Em Goiânia, milhares de manifestantes se concentraram às 9h, na Praça Cívica, de onde seguiram em caminhada pelas principais ruas do Setor Central. As faixas lembravam as mais de500 mil vidas perdidas para a Covid-19 e as denúncias de corrupção.
Em São Luís, uma multidão já estava a postos logo às 8h da manhã na Praça Deodoro com o grito Fora, Bolsonaro na garganta.
Até o bumba meu boi foi às ruas pedir #ForaBolsonaro.
Atos também foram realizados em Imperatriz, conhecida como Portal da Amazônia, a cidade é a segunda maior do Maranhão e também se manifesta por vacina no braço, comida no prato de Fora Bolsonaro!
Em Campo Grande, manifestantes se reuniram às 9h e depois saíram em carreata pelo centro da capital. A manifestação acabou às 11h e, segundo os organizadores 1,5 mil pessoas estiveram presentes no ato.
Em Dourados, a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa, também foi levada às ruas. O alto preço de alimentos e da gasolina também foi lembrado. Manifestantes fantasiados simbolizaram a morte – principal característica do governo de Bolsonaro.
Em Belo Horizonte, a concentração começou às 14h, na Praça da Liberdade, na região central, com os manifestantes carregando cartazes com palavras de ordem contra o presidente e exibindo um boneco inflável gigante de Bolsonaro vestido de morte, com a faixa presidencial suja de sangue e uma caixa de cloroquina nas mãos.
O remédio tem o nome de "cloropina", em alusão às investigações sobre suposto pedido de propina por parte de representante do governo em uma negociação de vacinas da AstraZeneca.
Em Araxá, o Movimento Atingidos por Barragens participou da manifestação com faixas e cartazes protestando contra a fome, em defesa do SUS e defesa da educação
Em Belém, os manifestantes iniciaram a concentração às 8h na praça da República e, em seguida sairam caminhando pela Avenida Assis de Vasconcelos até a Avenida Boulevard Castilho França, onde passaram pelo Mercado de Ver-o-Peso, terminando a passeata na praça do Relógio.
CUT-PAEm João Pessoa, manifestantes levaram cartazes com fotos para homenagear vítimas da Covid-19 e reforçar a denúncia do genocídio em curso no Brasil, capitaneado por Jair Bolsonaro, que já matou mais de 520 mil pessoas.
Rainha da Borborema ecoou para todos os lados Fora Bolsonaro! Em Campina Grande genocida não tem vez #3jforabolsonaro
@abraaomoura @levantedajuventude 2
Em Cajazeiras, no sertão da Paraíba, cartazes com a frase “povo na rua, fora genocida”, mostraram que a população brasileira não teve outra alternativa a enfrentar os riscos da Covid-19 para exigir o impeachment do pior vírus que o Brasil tem hoje – o governo de Bolsonaro
Na capital paranaense, Curitiba, a concentração aconteceu na Praça Santos Andrade, tradicional palco de manifestações em defesa da democracia. Neste 3 de julho, não foi diferente.
Em Maringá, mais um exemplo de organização e respeito à vida nas manifestações. Filas foram organizadas, respeitando o distanciamento social. Até o Procurador Geral da República, Augusto Aras, aliado de Bolsonaro, foi motivo de protestos.
Em Recife, apesar do chuvoso, uma multidão foi às ruas vestida de vermelho, a maioria, mas também de preto do luto pelas mais de 522 mil vidas perdidas para a Covid-19 no País. A concentração teve início por volta das 9h da manhã na praça do Derby, de onde as pessoas saíram para uma caminhada pelas ruas da região central de Recife.
Em Caruaru, mesmo debaixo de chuva o povo ocupou as ruas da cidade do agreste pernambucano, contra o Governo Genocida de Bolsonaro
Em Vitória de Santo Antão, no interior de estados, manifestantes exibiram faixas e cartazes com as pautas de reivindicação, inclusive com protestos contra os preços abusivos dos combustíveis que, durante o governo Bolsonaro tem aumentos sucessivos.
Na capital Fluminense, mas uma vez a Avenida Presidente Vargas ficou lotada de trabalhadores, artistas e milhares de pessoas que aderiram ao #“ForaBolsonaro por milhares de razões. O Rio de Janeiro gritou “Fora Bolsonaro! Não sairemos das ruas até que esse governo assassino caia”, disse o presidente da CUT-RJ, Sandro César.
Em Barra do Piraí, cartazes em defesa do SUS, pela vacina, pela educação, contra privatizações, e faixas com cruzes em homenagem às vítimas da Coivd-19 foram estendidos no chão da praça como parte dos protestos.
Em Rio das Ostras, a diversidade, assim como em vários outros locais do país, também foi pauta das manifestações. Governo Bolsonaro, além de genocida, é machista e homofóbico.
Em Resende, a manifestação contou com um faixaço para denunciar o governo genocida de Bolsonaro. Do alto da ponte, eles mandaram seu recado “Fora, Bolsonaro”.
O “Fora, Bolsonaro” também tomou mais uma vez as ruas de Governador Valadares contra o desgoverno genocida e negacionista do presidente e seus asseclas. Veja as imagens feitas pelo MST
Em Porto Velho, a frase “Quem você perdeu por 1 dólar?” foi tema das manifestações para lembrar o valor da propina denunciada sobre a compra de vacinas, esta semana na CPI da Covid. Os manifestantes se referiam a denuncia de cobrança de propina de US$ 1 por dose de AstraZenica feita esta semana.
A Frente Brasil Popular Roraima, organizou mais um grande ato com diversas entidades/partidos/movimentos sociais/ centrais sindicais reunindo milhares de pessoas para exigir o impeachment de Bolsonaro, vacina no braço, comida no prato, auxílio emergencial de R$ 600, emprego, fim das privatizações e da reforma Administrativa.
O Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, ficou tomado pelos manifestantes que, após a concentração neste sábado a tarde, seguiram em caminhada pelas Avenida Júlio Castilhos, Mauá e Loureiro da Silva até o Largo Zumbi dos Palmares.
Em Cruz Alta também houve protestos.
Em Guaíba, cerca de 200 pessoas foram às ruas pelo Fora, Bolsonaro
Em Natal, o Fora Bolsonaro teve concentração desde a manhã deste sábado no Midway Mall
Em Florianópolis, mais de 30 mil pessoas tomaram as ruas centrais da cidade para pedir o fim do governo que mata o povo de fome e de Covid-19. O ato teve início na Praça Tancredo Neves e os militantes saíram em passeata com suas faixas, cartazes e bandeiras até chegar no Largo da Alfândega. Entidades da CUT se uniram aos outros diversos movimentos que compõem a Frente Fora Bolsonaro na organização do ato que além de pedir o fim do governo, também cobram vacina para todos, auxílio emergencial de R$ 600, contra a Reforma Administrativa e os cortes na educação.
Em Jaraguá do Sul 50 cruzes foram espalhadas em quatro pontos diferentes da cidade para lembrar as mais de 510 mil vítimas que morreram para um vírus que já tem vacina.
Frente Fora Bolsonaro Jaraguá do Sul
Em Jovinville, a Praça da Bandeira foi tomada por manifestantes pedindo o fim do governo genocida. Atos, faixas e cartazes mandavam o recado ao presidente: o povo quer vacina para todos e Fora Bolsonaro. O ato foi organizado pela Frente Fora Bolsonaro do município, formada por sindicatos CUTistas, junto com outras centrais movimentos sociais e partidos políticos de esquerda.
A Praça no bairo Santa Luzia, em Criciúma, virou palco de uma bonita moblização neste 3 de julho para lutar pelo fim do governo Bolsonaro.
Em Chapecó, oeste de SC, a população também foi às ruas pelo #3JForaBolsonaro
O Fora Bolsonaro também está em Lajes, no interior do estado. A manifestação contou com a participação dos trabalhadores e trabalhadoras do MST com bandeiras, cartazes e faixas Fora, Bolsonaro.
São Miguel do Oeste também se organizou para dizer Fora Bolsonaro com o restante do país neste 3 de julho. Lideranças dos movimentos sindical e social e de partidos políticos de esquerda se reuniram para fazer um ato simbólico no trevo da cidade com faixas, cartazes e cruzes.
Na Capital Paulista, mais uma vez o “esquenta’ para a grande manifestação marcada para as 15h foi à com o pé no pedal da bike. A bicicletada percorreu a Avenida Paulista.
Depois, da pedalala a avenida mais famosa do Brasil começou a receber um público cada vez maior e variado. Participaram do ato filiados ao PSDB, PT, PSOL e PDT. A participação do PSDB ao lado dessas legendas e movimentos é inédita e foi comemorada pela presidenta do PT, Gleisi Hoffman, porque reforço o coro #ForaBolsonaro.
"O movimento para tirar Bolsonaro está crescendo. Nós sempre estivemos nessa caminhada e é muito bom ver os que não estiveram se juntarem agora. Precisamos de todos que querem a democracia e tirar o país dessa crise", disse a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT).
Em Araraquara, teve manifestação e carreta pelas ruas do centro da cidade.
Em Campinas, interior de SP, Sindicatos filiados à CUT, como a Apeoesp, também participaram do ato que tomou as ruas da cidade.
Sindicatos e lideranças políticas foram as ruas de Sorocaba.