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Milhares vão às ruas no 6º dia de protestos contra a morte de homem negro nos EUA

George Floyd foi morto por um policial branco no dia 25 de maio, após ser preso sob suspeita de fraudes. O policial ficou quase 9 minutos com o joelho no pescoço de George mesmo sabendo que estava sendo filmado

Publicado: 01 Junho, 2020 - 12h53

Escrito por: Redação CUT

UNICORN RIOT/TWITTER
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No 6º dia de protesto contra o racismo da polícia norte-americana, milhares de pessoas ocuparam as ruas de pelo menos 30 cidades dos Estados Unidos neste domingo (31), enfrentando, com garrafas de água vazias, as balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo jogados pela polícia em todo o país.

Os protestos contra o assassinato por sufocamento de George Floyd, homem negro de 46 anos, cometido por um policial branco, que ficou quase 9 minutos com o joelho no pescoço da vítima, sem se incomodar com pessoas que pediam para ele parar nem com as que filmavam a cena, começaram na cidade de Minneapolis, onde a morte foi filmada, na última segunda-feira e se espalharam por todo o país, chegando a Washington. Na capital do país, o presidente Donald Trump chegou a ser levado para o bunker por policiais que cuidam da sua segurança. De acordo com o Estadão, o Serviço Secreto, encarregado da segurança do presidente, protegeu Trump no bunker subterrâneo da Casa Branca na última sexta-feira (29), por causa de protestos que aconteciam fora da residência oficial do presidente americano.

Mas, apesar do toque de recolher decretado em mais de 40 cidades, multidões de pessoas saíram nas ruas pelo 6º dia consecutivo para denunciar a violência policial e a discriminação racial, enfrentando a forte repressão policial.

A capital do país viveu a noite mais violenta nesta crise até agora. Milhares de manifestantes conseguiram chegar aos limites da residência presidencial, apesar do esforço policial para bloquear as ruas de acesso, depois de uma tensa jornada na véspera. Os agentes lançaram gases lacrimogêneos durante horas para dispersar os manifestantes.

O resultado da ação foi milhares de pessoas tossindo umas sobre as outras em plena pandemia do novo coronavírus (Covid-19). E isso no país que tem o maior número de casos confirmados da doença (1.792.512) e o de mortes – mais de 104 mil pessoas morreram vítimas de complicações da Covid-19.

Em Nova York, cerca de 200 pessoas foram detidas por participação em conflitos com policiais. Viaturas foram queimadas em Atlanta. Cinco homens da polícia de Los Angeles ficaram feridos quando reprimiam protestos populares.

Ao invés de atuar para reduzir os conflitos, o presidente Donald Trump provocou e acirrou ao ânimos ao afirmar que os protestos são estimulados por “grupo de criminosos, vândalos e anarquistas”. Ele também tentou inverter a lógica das manifestações, dizendo que “desonram a memória” de George Floyd.

Segundo Trump, “a violência e vandalismo são o trabalho de grupos de extrema esquerda que aterrorizam inocentes, destroem empregos e empresas e queimam prédios.”

O presidente norte-americano sinalizou apoio às forças policiais e prometeu acabar com os protestos. “Hoje, os Estados Unidos precisam de criação, não de destruição. Precisam de segurança, não de caos. E não haverá caos! Apoiamos a grande maioria dos policiais extraordinários e dedicados a servir o público. Eles nos protegem de gangues e drogas e arriscam suas vidas por nós todos os dias”.

Protestos também na Europa

Manifestações neste fim de semana por justiça pelo assassinato de George Floyd foram organizadas também em cidades da Europa, com destaque para os atos em Berlim e Londres.