Militares do Exército, Marinha e Aeronáutica estão entre os golpistas presos
A lista com 15 militares inclui PMs, integrantes do Exército, Marinha e Aeronáutica de vários estados. Entre eles está um bombeiro do Rio de Janeiro, acusado de financiar os atos terroristas ocorridos no DF
Publicado: 17 Janeiro, 2023 - 12h45 | Última modificação: 17 Janeiro, 2023 - 15h01
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
O subtenente do Corpo de Bombeiros Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos, lotado em Guarus, no Norte Fluminense é um dos presos suspeitos de financiar atos terroristas que culminaram com os ataques às sedes do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 8 deste mês (domingo). Ele foi preso em casa, em Campos dos Goytacazes (Rio de Janeiro), na segunda-feira (16), durante a Operação Ulysses da Polícia Federal.
Por decisão judicial, o militar está preso no Grupamento Especial Prisional da (GEP) da corporação, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde ficará à disposição da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro
Na ficha de Roberto consta ainda uma condenação pela Justiça Eleitoral por mau uso do fundo partidário por não prestar contas de campanha, motivo pelo qual foi obrigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TRE), a devolver R$ 4 mil. Roberto foi candidato a deputado federal nas eleições de 2018. À época, o bombeiro disputou o pleito pelo Patriota, partido ligado a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob o nome de Júnior Bombeiro. Ele teve apenas 1.260 votos, segundo o G1.
Roberto é, segundo a PF, uma das lideranças envolvidas nos atos que bloquearam rodovias em Campos dos Goytacazes RJ, no ano passado. Ele já vinham sendo investigado desde 2022 e vai responder por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais. O subtenente se soma aos 15 militares presos por participarem dos atos terroristas em Brasília.
Veja a lista dos militares suspeitos de terrorismo
Fonte: O Globo e UOL
Uma lista apurada pelo Jornal O Globo e confirmada pelo UOL mostra que 15 militares são suspeitos de participarem dos atos terroristas de domingo, dia 8. A lista inclui PMs, integrantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, de vários estados. São eles:
- O sargento Rogério Caroca Barbosa e a major Onilda Patrícia de Medeiros Silva são alvos de um procedimento disciplinar aberto na Corregedoria da Polícia Militar da Paraíba. Aposentados, ambos aparecem na lista de presos durante os atos golpistas.
- Cinco agentes de Minas Gerais também foram detidos em Brasília: os sargentos Amauri Silva, Carlos Ibraim Gomes, Maurício Onezimo Jaco e Sergio de Souza Magalhães, além do subtenente Nilton Barbosa dos Santos. O subtenente reformado José Paulo Fagundes Brandão e Arthur de Lima Timóteo, ex-cabo da Aeronáutica, também aparecem entre os presos.
- Os oficiais da reserva Adriano Camargo Testoni e Ridauto Lúcio Fernandes foram identificados após a publicação de conteúdos nas redes sociais. Testoni foi indiciado pelo Exército após xingar superiores durante a invasão em Brasília. Adriano Camargo Testoni, coronel da reserva do Exército Já o general Fernandes, que atuou como diretor de Logística do Ministério da Saúde na gestão do também general Eduardo Pazuello, reclamou de PMs que usaram spray de pimenta contra bolsonaristas
- Sargento da PM do Distrito Federal Ednaldo Teixeira Magalhães, publicou vídeos enquanto participava da invasão aos 3 Poderes em Brasília. No Instagram, ele incentivou bolsonaristas a bloquear rodovias e a participar de atos golpistas após as eleições.
- Silvério Santos, PM da ativa em Goiás, postou fotos durante os atos golpistas com o rosto pintado de verde e amarelo. Ele convocou seguidores a ir a Brasília e agora responde a uma investigação interna.
- O capitão-de-mar-e-guerra reformado Vilmar José Fortuna também publicou uma foto em frente ao Congresso em 8 de janeiro. Depois disso, ele foi exonerado do cargo que ocupava no Ministério da Defesa há quase uma década.
Segundo o jornal O Globo, outras cinco pessoas são investigadas por suspeita de participação nos atos. Elas não aparecem na lista de presos da PF, divulgada na última sexta-feira (13).
Até a manhã desta terça-feira (17), a PF cumpriu dois de três mandados judiciais de prisão temporária, bem como cinco de busca e apreensão. Em posse dos investigados, a corporação apreendeu, ainda, celulares, computadores e documentos.
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Com informações do G1 e Metrópoles