Militante do MST é assassinado por motorista de caminhonete no interior de SP
Movimento promete cobrar investigação e punição para o criminoso que matou um militante e feriu outros, além de reagir com mobilização contra violência e a propagação de ódio pelos que lutam por justiça social
Publicado: 18 Julho, 2019 - 12h45 | Última modificação: 18 Julho, 2019 - 12h52
Escrito por: Érica Aragão
O Movimento Sem Terra (MST) vai exigir da polícia e do governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), a investigação e a punição imediata do crime cometido por um motorista que jogou o veículo em cima de manifestantes deixando várias pessoas feridas e uma morta, na manhã desta quinta-feira (18).
Os integrantes do MST estavam realizando uma manifestação na Estrada do Jequitibá, Km 07, em frente ao Acampamento Marielle Vive em Valinhos (SP), onde vivem, quando o motorista de uma caminhonete passou em alta velocidade e desviou o carro atingindo os militantes. A mobilização era em defesa do fornecimento de água.
As mil famílias, que lutam pela reforma Agrária desde abril de 2018, estavam entregando alimentos, produzidos por eles mesmos, como forma de reivindicar ao governo o direito à água no local.
O diretor Nacional do MST, Gilmar Mauro, disse que testemunhas estavam sendo ouvidas na delegacia e que uma mobilização contra violência e a propagação do ódio está prevista para amanhã.
Segundo ele, o MST vai se responsabilizar por todos os procedimentos jurídicos para achar o criminoso e exigir punição exemplar. “As rodovias têm câmeras, a polícia conseguirá investigar e nós exigiremos punição imediata deste criminoso, que feriu e matou seres humanos de forma violenta e cruel”, afirmou Gilmar.
Ele também disse que é preciso reagir, com atos e manifestações, prestar solidariedade e divulgar este crime para ajudar a achar o criminoso e também fazer pressão na Secretaria de Segurança Pública e no governador de São Paulo.
“Se não nos mobilizarmos agora, da próxima vez eles entram atirando, não só no MST, mas também contra integrantes de outros movimentos sociais, sindicais e todos que lutam por uma vida e trabalho mais digno para todos e todas e pela democracia, estamos todos em risco. Estamos falando de vidas”, diz emocionado o diretor nacional do MST.
A partir do meio dia, representantes dos movimentos sociais e sindicais e partidos organizaram um tuitaço com a hastag #BastaDeViolênciaNoCampo, que você pode acompanhar no Twitter da CUT.