Escrito por: Redação CUT
Artigo da Revista Sociedade Militar diz que, mesmo com salário de R$ 200 mil, general Joaquim Luna não foi capaz de reduzir preços do gás de cozinha e gasolina
O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) em abril deste ano para “mudar a política de preços” da estatal e reduzir os preços, é criticado pelos militares por receber salário milionário e não ter contido as altas nos preços dos combustíveis.
Só entre janeiro a setembro deste ano, o preço da gasolina subiu nas refinarias 52% e para o consumidor, 39%. Já o diesel nas refinarias subiu 29% e nas bombas o reajuste chegou a 25%.
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A crítica foi publicada na Revista Sociedade Militar na sexta-feira (10) no artigo intitulado: “Meritocracia!” – General (com salário de 200 mil/mês) não é capaz de conduzir PETROBRÁS a impedir altas nos preços do gás de cozinha e gasolina, popularidade do governo despenca".
A publicação, como mostrou reportatem da Folha de S Paulo, questiona “a necessidade e se é realmente ético se pagar um salário tão alto a um funcionário de uma empresa que pertence à sociedade". Essa sociedade que, como denunciou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) vem pagando o salário de Luna e bilhões para os acionistas.
"O salário mensal do oficial atualmente equivale ao que é pago pela mão de obra de mais de 230 trabalhadores juntos", afirma o texto da revista militar.
O general Luna ganha R$ 32,2 mil brutos como militar da reserva e na Petrobras sua remuneração média mensal é de até R$ 228,2 mil, levando em conta ganhos fixos e variáveis referentes ao ano de 2020.
De acordo com a FUP, com a venda do patrimônio público e os preços abusivos dos combustíveis, a Petrobrás registou no segundo trimestre de 2021 lucro líquido de R$ 42,855 bilhões e vai antecipar para os acionistas pagamento de R$ 31,6 bilhões em dividendos.
De acordo com a entidade, esta foi a maior distribuição de dividendos já feita pela empresa. O valor mais alto já pago até então foi referente ao exercício de 2011, quando a Petrobrás distribuiu R$ 12 bilhões em dividendos.
Em Itaipu Luna mudou regras para receber mais ainda
Antes de assumir a Petrobras, o general Luna era diretor-geral de Itaipu. Lá ele mudou regras de indenização, o que acabou beneficiando diretores com pagamentos que beiravam R$ 150 mil.
Em 2019, Itaipu ampliou o bônus concedido aos funcionários, graças ao qual Luna recebeu R$ 221 mil.