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Mina da Braskem rompida pode salinizar lagoa

O trecho que colapsou fica sobre a lagoa Mundaú, e o órgão alertou a população, que já tinha sido evacuada, para ficar longe do local

Publicado: 11 Dezembro, 2023 - 14h05 | Última modificação: 12 Dezembro, 2023 - 08h36

Escrito por: Redação CUT

Divulgação Defesa Civil de Maceió
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Lagoa de Mundaú avança sobre área de mina da Braskem em Maceió

Após a cidade de Maceió, capital do Alagoas, registrar os primeiros tremores de terra e a Defesa Civil ordenar a evacuação de áreas inteiras no perímetro de uma mina de sal-gema da Braskem que corria risco iminente de colapsar, o órgão confirmou neste domingo (10/12) o rompimento de parte da estrutura.

Técnicos da Defesa Civil de Maceió continuam em alerta e monitoram a área, avaliando os danos ambientais na lagoa Mundaú, no bairro do Mutangue. A preocupação é que haja salinização da lagoa, o que pode ter impactos sobre organismos vivos na região. 

O trecho que colapsou fica sobre a lagoa, e o órgão alertou a população, que já tinha sido evacuada, para ficar longe do local. 

De acordo com os técnicos, o desabamento do teto da mina deve fazer com que fique mais lento o afundamento do solo, já que a cavidade deve ser preenchida com rocha e água da lagoa.

Nas imagens divulgadas pelo perfil do prefeito João Henrique Caldas (PL) no X (ex-Twitter), é possível ver a água borbulhar em um ponto na margem da laguna; em outra imagem, o perímetro de movimentação na lagoa está maior e a água parece ser tragada com violência junto com parte da vegetação. 

Segundo a administração municipal, porém, a mina 18 e todo o entorno dela estão desocupados e não há riscos para a população.

Ainda não se sabe o diâmetro do buraco aberto pelo desabamento de parte da mina, nem as consequências ambientais do desastre.

 O caso da Braskem em Maceió está sendo avaliado como um dos maiores desastres ambientais provocados pela mineração em uma área urbana. Um dos indicadores é a quantidade de pessoas desalojadas. De 2018 para cá, 40 escolas foram fechadas nas áreas que estão afundando. 

Ao portal de notícias UOL, a professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e engenheira geóloga Regla Toujaguez afirmou que o rompimento registrado no início da tarde deste domingo não significa o colapso da mina, mas sim o começo do processo.

"Para que o colapso aconteça de fato toda a circunferência deve ceder, algo que ainda não aconteceu, mas agora é preciso ficar em alerta", afirmou Toujaguez.

Coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, descartou o risco de novos rompimentos na área e disse ao portal de notícias g1 que o afundamento "agora vai entrar em um ritmo de desaceleração".

"O que aconteceu já estava dentro da área de previsão. Foi algo isolado e as outras áreas que estão sendo monitoradas por sensores não apresentaram nenhuma alteração. Pela imagens, foi uma medição pequena", disse Nobre.

Quando a Defesa Civil emitiu o primeiro alerta, onze dias antes do colapso, os moradores foram obrigados a deixar suas casas às pressas – mesmo que sob força policial. À época, eles queixaram-se de terem sido informados em cima da hora e da falta de clareza sobre quais serão os próximos passos e se serão indenizados pela Braskem.

Um hospital no bairro Pinheiro, vizinho ao Mutange, também foi evacuado como precaução.

A cidade está em situação de emergência, com reconhecimento do governo federal, e deve, por isso, ter acesso simplificado a verbas federais.