MENU

Ministério da Educação de Bolsonaro quer crianças sendo filmadas cantando hino

Mensagem enviada às escolas do país contém, ainda, carta do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que termina com o slogan da campanha eleitoral "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos"

Publicado: 26 Fevereiro, 2019 - 09h24 | Última modificação: 26 Fevereiro, 2019 - 09h27

Escrito por: Redação RBA

MEMÓRIAS DA DITADURA/VIA GGN
notice

Uma solicitação enviada pelo Ministério da Educação (MEC) do governo Jair Bolsonaro às escolas do país, nesta segunda-feira (25), lembrou o Brasil dos tempos da ditadura militar.

A mensagem, encaminhada por e-mail, pede que as crianças sejam perfiladas para cantar o Hino Nacional Brasileiro. O ministério ainda especifica que as execuções devem ser gravadas em vídeos a serem enviados ao governo contendo nome da escola, número de alunos, de professores e de funcionários.

Além disso, que seja lida, nesse momento, uma carta assinada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que termina com o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, citação ao bordão da campanha de Bolsonaro nas eleições. 

Filmar crianças sem autorização dos pais, pode ministro?Filmar crianças sem autorização dos pais, pode ministro?

 

Carta do ministro da Educação usa slogan de BolsonaroCarta do ministro da Educação usa slogan de Bolsonaro

Enviada a escolas públicas e particulares de todo o Brasil, a mensagem causou imediata reação.

“Isso é ilegal, o MEC não tem competência para pedir nada disso às escolas”, afirmou o diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Arthur Fonseca Filho, ao Estadão.

Para o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, o ministro da Educação cometeu crime de improbidade, ao enviar e-mail às escolas para determinar que crianças sejam “perfiladas” para cantar o hino e sejam filmadas nessa atividade.

“Nem a ditadura ousou impor esse tipo de medida absurda”, disse o parlamentar. “Vamos entrar na Justiça imediatamente contra esse indivíduo, que não merece ocupar o cargo de ministro da Educação.”

A assessoria do ministério informou que a carta é apenas uma recomendação e não uma ordem. E que “a atividade faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais”.