Escrito por: RBA
Atualmente, vacinação contra a covid com a ‘Pfizer Baby’ só é feita em crianças com idade entre 6 meses e 2 anos que possuem comorbidades
O Ministério da Saúde anunciou nessa terça-feira (27) a ampliação do uso da vacinação contra a covid-19 em bebês de 6 meses e a crianças de 4 anos e 11 meses de idade, utilizando imunizante da Pfizer. A recomendação foi publicada em nota técnica da pasta assinada no dia 23 pela coordenação do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Até essa nova decisão, o governo federal havia distribuído as primeiras doses da chamada “Pfizer Baby” apenas para crianças de 6 meses a 2 anos e 11 meses que tivessem alguma comorbidade.
O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro para todas as crianças entre 6 meses e 4 anos e 11 meses, sem restrição de aplicação. Desta forma, o ministério segue a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que no início de dezembro deu parecer favorável à vacina contra a covid para todas as crianças de 6 meses a 4 anos, com ou sem comorbidades.
A ampliação da vacinação infantil contra a covid deverá ser feita de forma gradual. No caso das crianças sem condições pré-existentes, a aplicação seguirá a ordem:
Mudanças no intervalo entre doses
A recomendação do Ministério da Saúde traz também uma nova escala do intervalo entre a aplicação das doses. A partir de agora, as duas primeiras doses serão aplicadas com um intervalo de quatro semanas e não de três semanas, como propõe a Pfizer. A terceira dose deve ser aplicada pelo menos oito semanas após a segunda. Segundo o governo, “questões operacionais da vacinação” são a justificativa para a mudança.
A vacina da Pfizer destinada para crianças de 6 meses a 4 anos é apresentada em frasco com a tampa na cor vinho. Já o imunizante para crianças de 5 a 11 anos tem a tampa laranja e a aplicada a partir dos 12 anos, na cor roxa.
Uma criança morre por dia por covid no Brasil
Uma criança de até 5 anos morre por dia de covid-19 no Brasil. Entre os dias 1° de janeiro e 11 de outubro deste ano, foram 314 vítimas nessa faixa etária. Os dados são do Observatório da Infância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Unifase). Os mais jovens estão entre os menos vacinados contra o vírus. Por isso, especialistas colocam as crianças hoje como um dos principais grupos de risco de morte. Contudo, o governo Bolsonaro segue dificultando a imunização infantil em massa.
De acordo com o Vacinômetro Covid-19 do Ministério da Saúde, apenas sete em cada 100 crianças entre 3 e 4 anos estavam totalmente imunizadas com duas doses em novembro. Nem sequer existem dados consistentes sobre os ainda mais jovens. Desde o dia 16 de setembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso dos imunizantes da Pfizer para crianças acima de seis meses.