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Ministério da Saúde anuncia terceira dose de vacina para idosos em 15 de setembro

Medida é contra a orientação da OMS, que defende que a terceira dose só seja aplicada depois que a cobertura vacinal se ampliar no mundo todo, mas internação de idosos com Covid-19 voltou a subir

Publicado: 25 Agosto, 2021 - 12h03 | Última modificação: 25 Agosto, 2021 - 13h07

Escrito por: Redação CUT

Tânia Rego/Agência Brasil
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Em meio as preocupações com o surgimento de novas variantes do novo coronavírus, o mundo corre para aplicar a terceira dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Na maiora desses países, porém, a maioria da população já foi vacinada. No Brasil, onde milhares ainda aguardam a primeira dose da vacina, o Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (25), que a dose extra do imunizante contra a doença será aplicada em idosos a partir de 15 de setembro.

A decisão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é contrária a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que defende que a terceira dose só seja aplicada depois que a cobertura vacinal se ampliar no mundo todo.

Mas, com o aumento da internação de idosos com Covid-19 em várias cidades do país, em especial no Rio de Janeiro e em São Paulo, as autoridades locais já falavam na terceira dose e o ministro resolveu fazer o anúncio para o país inteiro. Segundo o ministro, no caso dos idosos, para tomar a terceira dose eles devem ter tomado a segunda dose há mais de seis meses. O reforço também valerá para todos os imunossuprimidos (pessoas transplantadas) que já tomaram a segunda dose da vacina há 21 dias.

A vacina usada para a dose de reforço será a da Pfizer e a imunização contemplará pessoas de mais de 70 anos. Os primeiros a receber as doses serão os maiores de 80 anos, segundo informações da coluna da Mônica Bergamo.

Novas variantes

Além da variante Delta, cepa identificada na Índia que é mais contagiosa, agora o mundo se depara com mais uma variante conhecida como lambda, que tem se espalhado pela América do Sul, o que tem contribuido para o aumento de casos de Covid-19 e reforçado a necessidade da terceira dose da vacina em idosos, mas a imunização não é a única chave para a prevenção de uma tragédia, alertam os especialistas.

Redução de intervalo entre as vacinas

Outra novidade anunciada por Queiroga é que, a partir do dia 15, começará a redução do intervalo entre as aplicações das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, de 12 para 8 semanas, como acontece no Reino Unido. Estudos apontam que as primeiras doses das vacinas, no caso da Delta, têm eficácia reduzida e não conseguem evitar boa parte das infecções.

Mortes de Idosos vacinados sobem 73% no Rio

No Rio de Janeiro, o número de morte e internações de pessoas idosas que já tomaram as duas doses da vacina contra o coronavírus não param de subir há cerca de um mês e meio e acendem um alerta para a necessidade de aplicação de terceira dose neste grupo.

De acordo com os dados da Subsecretaria de Vigilância em Saúde do RJ divulgados pelo jornal Folha de São Paulo, os óbitos nessa faixa etária passaram de 64 para 111 – alta de 73% em relação a  penúltima semana de junho e a segunda semana de agosto.

As hospitalizações saltaram de 166 para 339 no mesmo período (104%).

Na semana epidemiológica 24, de 13 a 19 de junho, foram contabilizadas 42 mortes nesse grupo. Um mês e meio depois, na semana epidemiológica 30, de 25 a 31 de julho, foram 83 mortes, uma alta de 97% em relação ao número anterior.

No Estado do Rio, a proporção de idosos vacinados com as duas doses do imunizante entre todos os idosos mortos pela Covid-19 mais que quadruplicou em um mês e meio.

Em meados de junho, na semana epidemiológica 24, os imunizados com a injeção de reforço da vacina representaram 7% dos idosos mortos pela doença no estado. Na semana epidemiológica 30, fim de julho, o grupo correspondeu a 30% dos óbitos entre fluminenses com 60 anos ou mais, segundo dados da Secretária de Saúde do Rio.

Oito municípios do Rio têm 100% de ocupação em UTI

Oito municípios fluminenses estão com 100% dos leitos de UTI ocupados, segundo números do painel de monitoramento da Covid-19 do estado.

Estão na lista: Belford Roxo, Tanguá e Guapimirim, na Região Metropolitana e outros cinco municípios que estavam com a ocupação máxima desde a última terça-feira são: Bom Jesus de Itabapoana, Cantagalo, Itaperuna, Miracema e Nova Friburgo.

Internação de Idosos em SP

Em São Paulo, idosos com mais de 70 anos são mais de 60% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19 na rede particular de hospitais do estado, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais Particulares de São Paulo (SindHosp), mas ainda não há previsão de aplicação de uma dose extra da vacina contra a Covid-19.

Segundo a pesquisa da entidade, 91% dos hospitais privados entrevistados afirmaram não estarem testando os diagnosticados com Covid para a variante Delta.

Dados da pandemia

Em 24 horas, o Brasil registrou 885 novas mortes pela Covid-19, totalizando 575.829 vidas perdidas para a doença desde o início da pandemia. A média móvel de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 730, abaixo de 800 pelo quarto dia consecutivo.

O número de novas infecções notificadas foi de 31.722, totalizando  20.615.008 casos da doença desde o início da pandemia, segundo informações do consórcio de imprensa.