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Ministério da Saúde confirma dois casos de deltacron, nova variante do coronavírus

Mutação reúne características das variantes da ômicron e delta, já relatada em outros países da Europa

Publicado: 15 Março, 2022 - 15h04 | Última modificação: 15 Março, 2022 - 15h14

Escrito por: Redação RBA

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira (15) dois brasileiros contaminados com a nova variante do coronavírus, a deltacron, que combina características genéticas de duas outras versões do vírus: a ômicron e a delta. Um paciente é do Amapá e outro do Pará, ambos na região Norte, onde os índices de vacinação contra a Covid-19 são os mais baixos do país. 

No Amapá, apenas 45,5% da população está imunizada com as duas doses. No Pará, 75% da população está com as duas doses, de acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde tabulados pelo consórcio de veículos da mídia comercial.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que estava monitorando a mutação que já havia sido detectada na França, Holanda e Dinamarca. 

Ao confirmar os dois casos à imprensa, na entrada do ministério, Marcelo Queiroga afirmou que a prioridade do governo federal será incentivar a vacinação. O chefe da Saúde ressaltou que a variante deltacron “é de importância e requer monitoramento".

"As autoridades sanitárias estão aqui diante dessas situações para tranquilizar a população brasileira. As medidas são as mesmas. Se eu tivesse que indicar uma medida, seria a aplicação da dose de reforço. Se você não tomou, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima de onde você mora”, declarou o ministro. 

O que se sabe sobre a deltacron

Na última quarta-feira (9), estudo preliminar, liderado pelo pesquisador Philippe Colson, do Ihu Méditerranée Infection, identificou na França três pacientes com a deltacron. A pesquisa ainda não foi publicada em revistas científicas e, segundo seu autor, a nova cepa seria resultado da combinação da proteína S da ômicron com o “corpo” da delta.

A agência Reuters também apontou que outras duas infecções foram detectadas nos Estados Unidos, segundo um relatório ainda não divulgado pela empresa genética Hélix. 

Na entrevista coletiva da OMS, a diretora técnica da organização, Maria Van Kerkhove, observou que o surgimento de uma mutação “era algo esperado dado que há uma  intensa circulação dessas variantes (delta e ômicron) na Europa”, o que pode explicar essa recombinação. A epidemiologista chamou a atenção, contudo, para o fato de que, até o momento, não foi identificada nenhuma severidade maior da infecção pela nova variante. Ainda segundo ela, pesquisas e estudos estão em andamento.

Na ocasião, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, frisou que a pandemia “está longe de acabar. E ela não vai acabar em nenhum lugar até que ela acabe em todos os lugares”, advertiu. Apenas no Brasil, a covid-19 segue matando 3 mil pessoas por semana. E a avaliação dos especialistas é que o país deve correr para garantir maior cobertura vacinal e manter medidas de controle da doença, como o uso de máscaras.