Ministro da Educação pode ter mestrado cassado
Se comprovada fraude, Decotelli poderá perder titulação obtida na Fundação Getúlio Vargas. Instituição já avisou que vai investigar o caso
Publicado: 29 Junho, 2020 - 10h05 | Última modificação: 29 Junho, 2020 - 18h38
Escrito por: Cida de Oliveira, da RBA
Pelo que tudo indica, o episódio do doutorado fake do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decatelli, terá novos capítulos. Seu mestrado pela Fundação Getulio Vargas, conforme seu currículo, está sob suspeita de plágio. A suspeita foi levantada no último sábado (27) pelo professor Thomas Conti e a instituição já avisou que vai investigar o caso.
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Dependendo do que for apurado, e for mesmo constatado o plágio, o ministro Decatelli perderá seu título. E sem o título de mestre, seu suposto doutorado também ficaria em xeque.
“Aparentemente o novo ministro da Educação incorreu no tipo de plágio parcial, que apesar de sua parcialidade, poderia ser motivo de anulação do seu título de mestre pela FGV, caso alguém de dentro ou de fora da instituição decida solicitar uma apuração formal do caso”, afirmou o professor e pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Marcos Pedlowski.
De acordo com ele, que lecionou durante muitos anos uma disciplina chamada Fundamentos da Metodologia da Pesquisa, um dos itens abordados em sala de aula se referia aos problemas legais e acadêmicos decorrentes da prática de plágio.
Existem várias modalidades deste tipo de prática que transgride os princípios básicos da boa prática científica, explicou Pedlowski. Há o plágio integral, que consiste nacópia de trabalho inteiro, sem citar a fonte; o plágio parcial, que resulta da seleção de parágrafos ou frases de um ou diversos autores, sem menção às obras; e o conceitual, que é a utilização da essência da obra do autor expressa de forma distinta da original.
“Independente do montante retirado diretamente do documento da CVM para o interior da dissertação de Carlos Alberto Decotelli, o fato se reveste em mais um mico acadêmico, que terá impactos diretos na legitimidade dos futuros atos do novo ministro da Educação. Isto se o orientador da dissertação na FGV, o Dr. Luís Cesar Gonçalves, não decidir tomar alguma providência para se afastar academicamente do seu ex-orientando”.
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