Ministro do STF diz que, sem crime, impeachment é golpe
Marco Aurélio Mello, que é primo de Fernando Collor, diz que situação é diferente de 1992
Publicado: 31 Março, 2016 - 13h03 | Última modificação: 31 Março, 2016 - 13h27
Escrito por: CUT Nacional

Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal, afirmou ontem a jornalistas: “Se não houver fato jurídico que respalde o processo de impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e transparece como golpe", disse o ministro.
O ministro disse também que é falsa a mensagem de que a retirada de Dilma do poder resolverá as crises política e econômica: “Não [resolve], não e não. É uma esperança vã. Impossível de frutificar. Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas do Brasil apeando a presidente da República. O que nós precisamos na verdade nessa hora é de entendimento, é de compreensão, é de visão nacional", afirmou Marco Aurélio.
A situação é diversa de 1992 porque temos dois segmentos que se mostram a essa altura antagônicos e não queremos conflitos sociais. Queremos a paz social
Ele também disse que o mais importante é encontrar soluções para combater os problemas que afetam “a mesa do trabalhador”. "O ideal seria o entendimento entre os dois poderes como preconizado pela Carta da República, pela Constituição federal para combater-se a crise que afeta o trabalhador, a mesa do trabalhador, que é a crise econômico-financeira. Por que não se sentam à mesa para discutir as medidas indispensáveis nesse momento? Por que insistem em inviabilizar a governança pátria. Nós não sabemos".
Mello, que é primo do ex-presidente Collor e foi por ele nomeado ao STF, diz que a situação de hoje é bem diferente da de 1992, quando Collor renunciou: “A situação é diversa de 1992 porque temos dois segmentos que se mostram a essa altura antagônicos e não queremos conflitos sociais. Queremos a paz social", disse.