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Ministro do TCU dirá em seu voto sobre venda que Eletrobras está sendo saqueada

Em seu voto sobre privatização da estatal, Vital do Rego, dirá que Eletrobras está sendo saqueada. Eletricitários fazem ato em frente ao Tribunal em Brasília, a partir das 13 horas

Publicado: 18 Maio, 2022 - 08h38 | Última modificação: 18 Maio, 2022 - 08h48

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rego, que pediu mais tempo para analisar o processo de venda da Eletrobras, deve apresentar seu voto nesta quarta-feira(18).

Em seu voto, o ministro dirá que a Eletrobras está sendo saqueada, de acordo com o que apurou o blog da Ana Flor, do Portal G1. Vital do Rego já havia constatado diversas irregularidades. Para ele, a Eletrobras está sendo vendida por R$ 67 bilhões a menos do que vale. O ministro deverá apontar que existem, pelo menos, seis erros e irregularidades importantes no processo de privatização da estatal. 

Em resposta ao desmonte da empresa pública, os eletricitários realizam a partir das 13 horas, um protesto em frente ao TCU, em Brasília. São esperados cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras.

O processo de privatização da Eletrobras no TCU

O processo de privatização da Eletrobras só poderá ser concluído com a aprovação do TCU e somente depois disso é que o governo poderá vender cerca de 70% das suas ações da empresa. Com a privatização, o governo deixa de ser acionista majoritário e passa a ter 45% da Eletrobras, que ficará sob o controle do capital privado.

Por enquanto a venda está travada no Tribunal de Contas da União. Isto porque o ministro Vital do Rêgo, pediu no dia 20 de abril, vistas interrompendo o julgamento do modelo de privatização que o governo de Jair Bolsonaro (PL) pretende aplicar na venda do sistema Eletrobras, para ter mais detalhes dos estudos e informações sobre o preço da Eletrobras, que segundo ele, estaria R$ 67 bilhões abaixo do mercado.

Segundo o ministro, também há dúvidas sobre os impactos para a tarifa de energia, afirmando que o Ministério de Minas e Energia (MNE) não deixa claro no projeto qual será o impacto quando a privatização ocorrer.

Outras irregularidades na Eletrobras

O TCU aprovou por unanimidade, no último dia 12, pedido de auditoria feito pelo ministro Vital do Rêgo, o mesmo que pediu vistas do processo de privatização, sobre os recursos que têm sido provisionados pela Eletrobras, o que pode atrasar ainda mais venda da estatal.

A revisão realizada fundamentou-se, principalmente, em julgados do Superior Tribunal de Justiça (STJ) - que teriam expressado entendimentos desfavoráveis à empresa em processos relativos ao “Empréstimo Compulsório de Energia".

No ofício encaminhado ao presidente do tribunal e demais ministros, Vital do Rêgo afirmou que constatou “elevada contabilização de provisões para contingências”. Só no 3º bimestre de 2021 o montante provisionado pela Eletrobras tinha sido de R$ 9 bilhões, o que elevou o total de R$ 17 bilhões para R$ 26 bilhões.

O Tribunal vai apurar se há risco de prejuízo aos cofres públicos. Isso, porque a reserva desses valores reduz o lucro apurado pela Eletrobras – e, consequentemente, a parcela do lucro distribuída aos acionistas na forma de dividendos. A União, acionista majoritária da estatal, também recebe esses dividendos.

O ministro afirmou que, caso a Eletrobras seja privatizada e a empresa vença a ação judicial, a tendência é que esse dinheiro separado vire lucro distribuído aos acionistas. Neste caso, a União sairia prejudicada, já que não teria mais o controle da Eletrobras.

"Caso se concretize, a União terá deixado de receber vultosos dividendos relativos ao exercício de 2021, pois, embora possa receber em futura reversão do provisionamento, o fará numa proporção inferior, já que, agora, ela detém 72% do capital social e, com a capitalização, vai cair para 45%", argumentou.

 Leia mais: TCU julga nesta 4ª se Eletrobras que lucrou R$ 2,7 bi pode ser vendida com prejuízo