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Ministro se compromete com pauta dos agricultores familiares

Crise do leite pode levar situação de calamidade pública, pressão continua

Publicado: 19 Outubro, 2017 - 12h58 | Última modificação: 22 Outubro, 2017 - 15h46

Escrito por: Érica Aragão

Fetraf Sul
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Diante da Jornada de Lutas do campo unitário, o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-MT), assumiu o compromisso de levar as pautas de reivindicações dos produtores atingidos pela crise desenfreada na cadeia produtiva do leite para debate com o Governo Federal.

O documento foi entregue na manhã desta quinta (19) por trabalhadores e trabalhadoras da Agricultura Familiar, representados pelo Fórum das entidades da Agricultura Familiar da região Sul e entidades ligadas as Federações dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetrafs) do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes).

“A região Sul produz 12 milhões de litros de leite ano, responsável por 30% da produção nacional. Comparando o ano passado com este, a perda do agricultor é de R$ 0,50 a R$ 0,75 centavos. Isto é, se ele recebia lá R$ 1,20 hoje ele tá recebendo R$0,60, R$ 0,70 centavos. É  uma perda muito grande, uma perda da renda da agricultura familiar”, explicou o coordenador da Fetraf Sul, Vilson Alba. Além disso, alertou Vilson, “a importação do leite aumentou e prejudicou as famílias da agricultura”.

Segundo Vilson, nos últimos dois anos foram 18 mil agricultores familiares pararam de produzir e muitos deixarão a produção porque não terão como sobreviver. “A situação é dramática, de calamidade pública porque nos municípios pequenos a renda basicamente é do leite”, contou.

 Vilson disse que a pauta tem 10 pontos, mas que foram tratados apenas de quatro mais estratégicos para estruturar a cadeia produtiva do leite. “A gente pautou o fim das importações,  que o governo compre o leite do estoque, que está em torno de 700 milhões de reais e ajudaria a regular o preço no mercado. Precisamos de mais 300 milhões de reais de crédito para as cooperativas e capital de giro e um quarto ponto que é das dívidas dos agricultores”, destacou.

Para Vilson, “o desafio também é de continuar o processo de pressão. Nós só iremos conseguir sair desta baixa se continuarmos a mobilização na região sul e a nível nacional. Temos que continuar o processo de pressão por todos os lados”, finalizou.

A Frente Brasil Popular de Santa Catarina lançou um documento com a pauta dos produtores de leite para os governos Estadual e Federal para enfrentar a crise na cadeia produtiva do leite.