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MNU quer apuração e punição contra racismo em Morrinhos

Movimento protocolou ação no MP exigindo apuração e punição dos responsáveis pelo crime

Publicado: 19 Janeiro, 2018 - 15h10 | Última modificação: 03 Março, 2018 - 09h37

Escrito por: Maisa Lima, assessora de Comunicação da CUT Goiás

Divulgação
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A coordenação nacional do Movimento Negro Unificado (MNU) - cuja coordenadora nacional é a vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT Goiás), Iêda Leal - protocolou nesta quinta-feira (18), uma representação no Ministério Público de Goiás (MP-GO), pedindo apuração e punição dos responsáveis pelo crime de racismo em Morrinhos, cidade localizada no sul do Estado, distante 130 quilômetros de Goiânia. 

A situação que gerou a representação foi um concurso público da cidade, que oferecia cinco vagas para fiscal de postura do município. O cidadão Hélio de Araújo Júnior, que fez a prova junto com outros 580 concurseiros, se sentiu ofendido com o questionário da avaliação de conhecimentos gerais, que trazia o tema “Qual a origem do racismo?”.

Entre as alternativas, os candidatos tinham que escolher opções como: “Negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu” e “Negro só tem de gente os dentes”.

 “Me senti humilhado por ser o único negro em sala. Algumas pessoas olhavam para mim quando chegavam na questão, riam ou baixavam a cabeça, desaprovando aquilo", relatou a vítima.

Racismo

Iêda, que também é secretária de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), afirmou que esse crime não pode ficar impune. “Já marcamos uma audiência com o procurador geral de Justiça de Goiás, Benediro Torres Neto, e vamos tratar desse e de outros casos existentes. Racismo é crime”. O MNU quer agilidade na apuração do caso. "O crime foi contra o povo negro goiano e brasileiro, não é um crime comum”, reafirmou.

O Movimento Negro Unificado fez uma nota pública e também protocolou no MP-GO uma representação criminal, onde exige providências das autoridades quanto ao teor “criminoso e racista” da prova do concurso. Iêda já solicitou uma audiência com o prefeito de Morrinhos (GO), Rogério Troncoso (PTB), para tratar do caso e assegura que a entidade irá mobilizar a comunidade do município onde ocorreu o crime para um ato público para alertar e combater o racismo.

Leia a nota do MNU na íntegra:

A notícia exclusiva do Site Curta Mais em Goiás, assusta e nos encoraja; a prefeitura municipal de Morrinhos-GO (no sul do estado), faz uma prova de conhecimento gerais de um concurso público, realizado no dia 14 de janeiro de 2018, com conteúdos criminosos, racistas e que precisam ser repudiados veementemente. Na prova, existe o seguinte termo: “Negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu”. O quesito do certame é racista. Afirma a coordenadora nacional do MNU – Movimento Negro Unificado – Iêda Leal.

A vítima foi Hélio de Araújo Júnior, que fez a prova da Prefeitura de Morrinhos-GO, cujo o tema seria a avaliação da “Origem do Racismo”. Segundo a notícia publicada no site www.curtamais.com.br , Hélio Júnior se indignou com as opções apresentadas no certame. Em uma das questões apresentadas, havia  as seguintes frases: “Negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu” e “Negro só tem de gente os dentes”.  O Movimento Negro Unificado – MNU – repudia e lutará fortemente para impedir casos como esses, vai  recorrer ao Ministério Público para impedir a continuidade desse tipo de postura do poder público ou de quaisquer cidadãos . A coordenadora nacional do MNU, professora Iêda Leal, afirma que a legislação tipifica o racismo como crime. “Não podemos admitir atitudes racista na sociedade do século XXI, eles não podem ficar impunes. O poder público, em todos os níveis, precisa coibir esses atos racistas, e vamos exigir que a prefeitura de Morrinhos-GO, através do prefeito Rogério Troncoso, tome providências para reparar o dano e punir a empresa responsável pelo ato criminoso no concurso público”, assegurou Iêda Leal do MNU.

A coragem da vítima é o insumo principal para acabar com o racismo. Hélio Júnior, segundo as notícias, entrou com um processo contra a empresa responsável pelo concurso e contra a Prefeitura de Morrinhos e revela que ainda teve dificuldade de fazer a denúncia. “Foi muito difícil denunciar, você chega num órgão público e as pessoas acham isso normal. Ministério Público da minha cidade me disse que não viu crime algum nisso”, relatou a vítima ao ”Curta Mais”.

O Movimento Negro Unificado – MNU- já solicitou uma audiência com o prefeito de Morrinhos-GO, Rogério Troncoso, e pedir explicações sobre o ato. Além disso, irá realizar um ato público na cidade para alertar e combater o Racismo.