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"Momento é de união, não de medo" diz acampada que está no PR para o 1º de Maio

Dalva da Silva , aposentada, 52 anos, diz que “apesar do clima tenso depois da cena de horror desta madrugada, é importante resistir e dar as mãos”

Publicado: 28 Abril, 2018 - 18h39

Escrito por: Denise Veiga, especial para o Portal CUT

Denise Veiga
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O momento é de união e não de medo. É com essa frase  que a aposentada Dalva da Silva, de 52 anos, que chegou ao Acampamento Lula Livre em Curitiba na manhã desta sexta-feira (27), começa a falar com a reportagem do Portal CUT sobre o atentado a tiros sofrido na madrugada deste sábado (28) pelos trabalhadores e trabalhadores do Acampamento Mariza Letícia, no bairro Santa Cândida.

Ela conta que além dos feridos - Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, que levou um tiro no pescoço e está internado, mas já fora de perigo; e a advogada Marcia Koakoski, de Xangri-Lá, no Rio Grande do Sul, ferida no ombro com estilhaços provocados por outra bala que atingiu a saboneteira do banheiro químico onde ela estava na hora do ataque – muitas outras pessoas ficaram feridas ou  machucadas por causa do corre-corre na hora dos tiros.

Ainda abalada, mas determinada a resistir, Dalva diz que “apesar do clima tenso depois da cena de horror desta madrugada, é importante resistir e dar as mãos”.

De sua cabeça não saem nem as imagens da correria, dos fogos de artifício soltados pelos companheiros que faziam a segurança do acampamento com o objetivo de alertar a todos sobre os riscos, nem os gritos e xingamentos histéricos dos fascistas que atacaram o Marisa Letícia.

“Começou com fogos de artifícios, entre buzinas, aceleração de motores de moto e, depois, começaram os tiros de arma de fogo. Foi muito tiro, quase tombaram um companheiro nosso”, conta a aposentada que foi de São Paulo para Curitiba para se juntar as milhares de pessoas que estão indo à capital paranaense para prestar solidariedade ao ex-presidente Lula, preso político desde o dia 7 de abril, em uma área isolada da sede da Superintendência da Polícia Federal naquela cidade.

Para Dalva, assim como para centenas de acampados, o ataque, mais do que demonstrar uma aversão à democracia, reforça a ideia de intolerância e métodos violentos utilizados por grupos isolados, de extrema direita, que se opõe à agenda do 1º de Maio, que é pela liberdade de Lula e pelo resgate dos direitos sociais e trabalhistas usurpados pelos golpistas.

A aposentada acredita que as milhares de pessoas que estão se dirigindo a Curitiba para participar do ato nacional pelo Dia dos Trabalhadores vão encontrar um clima paz, alegria, disposição e resistência para libertar Lula.

Ela garante que está pronta para a festa. 

“No 1º de Maio a festa do trabalhador será muito linda”.