Escrito por: Redação CUT
O ex-jogador era também um defensor das causas sociais e foi amigo de diversos líderes da esquerda da América Latina, entre eles, o ex-presidente Lula
Morreu no início da tarde desta quarta-feira (25), Diego Armando Maradona, um dos deuses do futebol mundial, genial irrevente, polêmico e defensor das causas sociais.
Maradona morreu em sua casa, em Buenos Aires, capital da Argentina, onde nasceu há 60 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória. No dia 6 de novembro ele havia sido operado para remover um hematoma subdural no cérebro. Ficou internado até o dia 11 porque os médicos detectaram anemia e desidratação.
No Jornal Hoje, Casagrande, contemporâneo de Maradona, chorou ao lamentar a morte do amigo. O ex-jogador e agora comentarista, que se trata contra a dependência química, disse que sente muitisssimo quando morre um dependente químico, doença que perseguiu Maradona durante muitos anos.
O ex-jogador argentino, que atualmente era técnico do Gimnasia y Esgrima, foi pego no exame antidoping na Copa do Mundo de 1994, tentou várias vezes se curar do vício em cocaína em diversas clínicas de reabilitação.
Em 1986, Maradona conquistou a Copa do Mundo para os argentinos, a maior glória de sua carreira. Durante o torneio, fez um gol épico contra a Inglaterra, em um confronto com contornos políticos, por conta da Guerra das Malvinas de 1982. Após o confronto bélico, os ingleses dominaram o arquipélago que fica ao sul da Argentina.
De esquerda, Maradona manteve amizade com grandes líderes progressistas da América Latina, como os ex-presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Fidel (Cuba), Nicolás Maduro (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia). O argentino carregava no braço direito uma tatuagem com o rosto do compatriota Che Guevara.
Com o ex-presidente Lula, sempre trocou afagos e elogios, chegou a se manifestar a favor da campanha pela libertação do ex-presidente brasileiro da prisão. Na Argentina, travou nos últimos anos de sua vida uma batalha com Maurício Macri, ex-presidente argentino, que foi derrotado por Alberto Fernandez nas urnas, em outubro de 2019.
Macri foi prefeito de Buenos Aires e também presidiu o Boca Juniors, clube em que Maradona fez história e onde o ex-jogador é idolatrado.
Ele fez 60 anos em outubro
Diego Maradona comemorou seu 60º aniversário no dia 30 de outubro com homenagens de todo o mundo e a montagem de um outdoor de 100 metros de comprimento no centro de Buenos Aires, mas passou um dia tranquilo em casa por causa do temor da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Segundo reportagens, o ex-atacante do Boca Juniors e do Napoli teve contato com uma pessoa que mostrou sintomas de Covid-19 e pode não acompanhar a partida de seu time contra o Patronato, a primeira da campanha recém-reiniciada da primeira divisão, que foi interrompida em março. Mas amigos enviaram homenagens ao ícone.
"Começo meu sexagésimo com estas mensagens maravilhosas que todos vocês me enviaram", disse Maradona em resposta. "Obrigado por seu amor e sua amizade. Este é o melhor presente que poderiam ter me dado."
No Instagram, grandes nomes do futebol mundial, como o ex-atacante Ronaldo do Brasil, o treinador português José Mourinho e o ex-capitão da Itália Franco Baresi, transmitiram seus melhores votos.