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Mortes de yanomamis por desnutrição saltaram para 331% no governo Bolsonaro

Durante o governo do ex-presidente houve um desmonte nas políticas públicas para a população indígena e aumento do garimpo ilegal

Publicado: 17 Fevereiro, 2023 - 14h04

Escrito por: Redação CUT

Divulgação/Twitter Força Aérea Brasilia
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O descaso do governo de Jair Bolsonaro (PL) provocou uma crise humanitária no território Yanomami, na região Amazônica. O número de mortes por desnutrição dos indígenas cresceu 331%, sendo 177 mortes ocorridas durante o governo do ex-presidente, contra 41 nos quatro anos anteriores. Os dados foram revelados nesta sexta-feira (17) pela BBC News Brasil e foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Segundo o levantamento, entre 2019 e 2022, 177 indígenas morreram em razão do quadro de desnutrição. Os dados apontam que os grupos mais afetados pelas mortes por desnutrição foram crianças e idosos yanomamis. Dos 41 óbitos por desnutrição em 2022, 25 foram entre indígenas acima de 60. Entre crianças de zero a nove anos de idade, foram 11.

Durante o governo Bolsonaro houve um desmonte nas políticas públicas para a população indígena, aumento do garimpo ilegal e a crise humanitária vivida pela população Yanomami não recebeu nenhuma atenção do ex-presidente. A crise vem sendo investigada pelas autoridades do governo Lula.

O abandono dos Yanomami

Houve um salto no número de mortes por desnutrição entre os yanomami já no primeiro ano do governo Bolsonaro, 2019.

Ainda de acordo com os dados Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena (DAPSI), do Ministério da Saúde, divulgados na terça-feira (14), quase 55% das crianças Yanomami atendidas entre 2019 e 2022, atendidas Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Sistema Único de Saúde (SasiSUS) estavam abaixo ou muito abaixo do peso ideal para as suas idades, mostrando sinais de desnutrição.

Ainda de acordo com os dados, em 2022, a desnutrição foi a segunda maior causa de mortes entre os yanomami, perdendo apenas para as pneumonias, que somaram 70 óbitos e que também estão ligadas a condições precárias de saúde.

Segundo o COE, neste momento os médicos lidam com 54 casos de desnutrição, 41 de pneumonia, 24 casos de diarreia aguda e 26 de malária. Até esta quinta, 157 indígenas tiveram alta após tratamento de diferentes doenças e agravamentos de saúde.

Vacinação dos yanomami começa no dia 25

O governo Lula tenta combater a desnutrição, a falta de condições mínimas de saúde e de registros da atividade do garimpo ilegal no território indígena. No próximo dia 25 começa a campanha de vacinação nas comunidades indígenas do território Yanomami.

De acordo com o boletim diário atualizado nesta quinta-feira (16) pelo Centro de Operações de Emergências (COE) do governo federal, serão aplicadas vacinas do calendário de rotina para crianças e adultos, incluindo a vacinação contra a Covid-19.