Escrito por: Redação CUT
As pautas discutidas no encontro serão levadas ao presidente nesta quarta-feira e uma nova reunião deve ser realizada com os motoboys dentro de 30 dias com a presença do ministro do Trabalho, Luiz Marinho
Após o secretário de Economia Solidária do governo Lula (PT), Gilberto Carvalho, afirmar, em reunião realizada nesta terça-feira (17), que a regulação do trabalho dos motoboys é prioridade para o governo Lula (PT), lideranças dos entregadores de aplicativos decidiram suspender uma paralisação marcada para o dia 25 de janeiro em pelo menos 12 estados brasileiros. De acordo com o secretário, as pautas discutidas no encontro serão levadas ao presidente nesta quarta-feira (18).
A categoria reivindica melhores condições de trabalho, reajuste da taxa de entrega, o fim de entregas duplas e triplas dentro de um mesmo trajeto e a criação de um fundo social para a proteção de trabalhadores, entre outros pontos.
Na reunião com Gilberto Carvalho, da qual participaram cerca de 15 pessoas, uma das propostas confirmadas foi a criação de um grupo de trabalho que vai debater e elaborar propostas para a regulamentação do trabalho por aplicativo.
"A gente vai suspender a manifestação porque conseguiu diálogo com o governo. Ele [o secretário Gilberto Carvalho] prometeu que vai fazer um grupo de trabalho, com a gente envolvido, e pediu um plano bem montado para apresentar para o presidente Lula", afirmou Jr. Freitas, dirigente da Aliança dos Entregadores de Aplicativos e líder do articulação em São Paulo, à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
"Continuamos abertos ao diálogo, seja com qual aplicativo for, mas agora temos essa porta aberta", complementou.
Uma nova reunião deve ser realizada com os motoboys dentro de 30 dias com a presença do ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
"Estamos há quatro anos fazendo manifestações e o governo Bolsonaro não falou com a gente. Agora, o governo Lula e o ministro abriram as portas para o diálogo e vamos falar com eles. A manifestação do dia 25 foi cancelada porque eles pediram, já que o governo vai abrir as portas pra gente. Se tem uma conversa, não há como ter a manifestação," disse ao BdF Altemício Nascimento, presidente da Associação dos Entregadores de Aplicativos (AEA), ao defender a suspensão da paralisação.
Os entregadores pediram ao governo que haja monitoramento das taxas dos aplicativos, que as empresas sejam obrigadas a criar um fundo de proteção social aos trabalhadores e que haja um plano de aluguel de bicicletas para a categoria.
"Tá muito difícil trabalhar, uma enorme exploração. Temos que trabalhar 12 ou 14 horas pra fazer R$ 250 numa semana", desabafou Nascimento.