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Motoristas da Uber têm mediação no TRT-4 e carreata contra bloqueios nesta quarta

Audiência no TRT, às 14 horas, foi pedida pelo Sindicato dos Motoristas por Aplicativos do RS para discutir o bloqueio massivo e definitivo de motoristas efetivado pela Uber nos últimos dias

Publicado: 28 Setembro, 2021 - 16h43 | Última modificação: 28 Setembro, 2021 - 16h51

Escrito por: CUT-RS

Reprodução
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O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) realiza uma audiência virtual de mediação nesta quarta-feira (29), às 14 horas, entre o Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS) e a Uber.

A reunião foi requerida pelo Sindicato para discutir o bloqueio massivo e definitivo de motoristas efetivado pela Uber nos últimos dias.

Antes da mediação, às 11 horas, haverá uma carreata de motoristas de aplicativos, saindo do terminal da Avenida Antonio de Carvalho em direção à Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

O Simtrapli-RS e entidades dos trabalhadores do setor estimam em mais de 15 mil bloqueios no Brasil, representando cerca de 1% do total de motoristas cadastrados. Não foi diferente no Rio Grande do Sul, onde foram registrados centenas de bloqueios.

A Uber justificou esses bloqueios pelo “excesso de cancelamentos”. Para a presidente eleita do Simtrapli-RS, Carina Trindade, “o que está por trás dos cancelamentos é o grande número de viagens deficitárias que a empresa impõe, diante da enorme desfasagem na remuneração dos motoristas”.

Desde o início das operações da Uber no Rio Grande do Sul, em 2016, os motoristas acumulam um prejuízo de mais de 50% em seus ganhos. “A situação se agravou ainda mais com os aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis por causa da atual política da direção da Petrobras no governo Bolsonaro”.

No entanto, segundo o Simtrapli-RS, a Uber reajustou suas tarifas em diversas cidades, como São Paulo, Brasília e Florianópolis, porém manteve os valores congelados em Porto Alegre.

“Estamos buscando por todos os meios um canal de diálogo com a empresa, que sirva para resolver não só esses bloqueios desumanos, que deixaram centenas de trabalhadores sem sustento, como também atue para solucionar a inaceitável compressão dos valores repassados aos motoristas em suas tarifas”, afirma o assessor jurídico do Sindicato, Antonio Escosteguy Castro.

Em outra iniciativa, o Simtrapli-RS participou nesta segunda-feira (27) de uma reunião na Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, onde foi definido a formação de um Grupo de Trabalho para elaborar um projeto de regulação do setor, que substitua recente legislação que foi declarada inconstitucional em sua maior parte.

Além disso, o vereador Jonas Reis (PT) protocolou na última sexta-feira (24), junto à Câmara Municipal de Porto Alegre, um pedido para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para "investigar os contratos das empresas por aplicativos, que atuam no transporte particular de passageiros, individual e remunerado, com a correta avaliação da sua relação com a Prefeitura e a relação trabalhista com os motoristas".

Segundo o vereador, essas empresas “não seguem nenhum tipo de regulação, ou seja, não criam vínculo nem com o motorista, nem com a Prefeitura, até porque atualmente não pagam nem um centavo de imposto municipal”.

Com apoio do Simtrapli-RS