Escrito por: Daniel Giovanaz, do Brasil de Fato
Combustível acumula aumento de 73,4% no ano; capital goiana tem a segunda gasolina mais cara do país
Motoristas de aplicativo bloquearam um trecho da rodovia BR-153, entre Goiânia (GO) e Aparecida de Goiânia (GO), na manhã desta quarta-feira (3), em protesto contra o aumento do preço da gasolina.
Goiânia é a segunda capital com gasolina mais cara no país, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Entre 24 e 30 de outubro, o consumidor pagou em média R$ 7,159 pelo litro do combustível. O preço médio só foi mais alto em Teresina (PI): 7,186.
Os motoristas queimaram pneus, na altura do estádio Serra Dourada, por volta das 10h. A fumaça se alastrou, e a via só começou a ser liberada para trânsito de veículos uma hora depois.
Imagens divulgadas por um internauta nas redes sociais às 11h mostram a dificuldade do Corpo de Bombeiros para conter as chamas.
O protesto teria sido organizado por motoristas independentes, por meio das redes sociais. Um dos manifestantes conversou com a imprensa local, explicou o motivo da ação e disse que não há nenhuma associação ou entidade formal envolvida.
A gasolina acumula alta de 73,4% no ano, devido ao desmonte de refinarias e à política de preços da Petrobras, que atrela o valor cobrado do consumidor às variações do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpa os governadores pelos reajustes e diz que o ICMS – tributo estadual – é o "vilão" do preço da gasolina. No entanto, o percentual do imposto não variou no último ano.
Na última sexta-feira (29), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (Democratas), anunciou que o estado não cobrará ICMS sobre os aumentos dos preços dos combustíveis anunciados pela Petrobras. No caso da gasolina, o imposto continuará sendo aplicado sobre o valor fixo de R$ 6,5553 por litro.