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Movimentos ampliam resistência à onda neoliberal

Encontro para Jornada pela Democracia e contra o Neoliberalismo define estratégias

Publicado: 11 Julho, 2017 - 16h24 | Última modificação: 13 Julho, 2017 - 18h21

Escrito por: Luiz Carvalho com informações da CSA

Roberto Parizotti
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As organizações sindicais e sociais das Américas que compõem a coordenação da Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo se reuniram nesta segunda-feira (10), na sede da CUT, em São Paulo, para tratar dos próximos passos rumo à Montevidéu.

O encontro acontece entre os dias 16 e 18 de novembro na capital do Uruguai e iniciará com uma greve e uma grande marcha pelas ruas da cidade organizada pela PITCNT – central sindical unitária daquele país.

A iniciativa proposta pela CUT e pela Marcha Mundial de Mulheres reuniu também entidades que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de representantes da CSA (Central Sindical das Américas), ISP (Internacional dos Serviços Públicos), Alba (Aliança Bolivariana para Povos da América), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e Cloc (Coordenação Latino Americana de Organizações do Campo)-Via Campesina.

Também estavam presentes UGT (União Geral de Trabalhadores), USJ (União da Juventude Socialista), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Fundação Perseu Abramo.

A primeira rodada de conversas coordenada pelo secretário de Relações Internacionais da CUT, Ariovaldo Camargo, com a participação de Nalu Farias, da Marcha Mundial das Mulheres, e Iván González, coordenador político da CSA, teve o objetivo de apresentar a Conferência Continental a movimentos e organizações que participaram pela primeira vez, além de esclarecer os objetivos da reunião em Montevidéu.

Depois de uma breve atualização da situação na região, colocando a realidade da luta brasileira contra o golpe de Estado parlamentar e suas tentativas de retirada de direitos, Gonzalez disse que os movimentos sociais e organizações que constroem a Conferência Continental conseguiram provar "que apesar dessa situação adversa, há resistência. Neste momento, a atuação estratégia é mostrar ao inimigo que estamos de pé, resistindo".

Em sua intervenção, Ariovaldo Camargo, apontou que o movimento de resistência e luta tem relação profunda com o momento que a classe trabalhadora vive.

“A jornada tem a perspectiva de ampliação do debate sobre os ataques internacionais aos direitos trabalhistas e essa discussão tem de ser aprofundada em nossos sindicatos nesse momento de pós-golpe no Brasil, do enfrentamento em defesa da democracia, quando as pautas da direita avançam para minar todas as ações de enfrentamento”, apontou.

Para Nalu Faria, a internacionalização da luta brasileira é fundamental para a agenda de combate ao neoliberalismo nas Américas.

"Esta agenda política e articulada como estamos colocando, com a luta pela democracia, pela soberania, pela integração e contra o livre comércio nos ajuda especialmente para resistir a esta situação. Temos dois elementos contra o ataque neoliberal: a nossa capacidade de resistência pela luta cumulativo dos nossos movimentos e organizações e a experiência das pessoas com a conquista dos direitos sociais. Por isso, o Brasil é uma peça-chave na América Latina para a retomada da unidade internacional”, disse.

O que é a jornada

A Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo é um espaço construído pelo movimento sindical e vários movimentos e organizações sindicais das Américas com o objetivo de mobilizar pela defesa da democracia atualmente ameaça por forças conservadores que pressionam por novos tratados de livre comércio, retomando a agenda neoliberal.

Passados 10 anos da derrota da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), os movimentos enfrentam uma nova ofensiva, agora fomentada por meio de golpes na América do Sul, onde as forças de resistência mais avançaram. Haiti (2004), Honduras (2009), Paraguai (2012) e Brasil (2016) são exemplos de como o poder econômico atua para fazer desmoronar governos legitimamente eleitos e que representem qualquer entrave à livre exploração capitalista.

Até o encontro em Montevidéu, os preparativos para a jornada incluem colocar o tema em pauta em espaços como o lançamento internacional do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), no mês de setembro, com seminário de dois dias no Memorial da América Latina.

De acordo com o secretário de Relações Internacionais da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, a jornada também será discutida no Encontro Pedagógico Latinoamericano, marcado para ocorrer entre 12 e 18 de novembro, em Belo Horizonte.