Movimentos sociais barram aprovação do eucalipto transgênico
Organizações conseguiram levar debate à sociedade e mostrar impactos sociais e ambientais
Publicado: 06 Março, 2015 - 11h24
Escrito por: MST
Após duas ações sincronizadas com o objetivo de barrar a votação na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que liberaria o cultivo de eucalipto transgênico no Brasil, os movimentos sociais saem com a sensação de vitória.
Enquanto 1.000 mulheres do MST ocupavam a sede da empresa Suzano/Futura Gene, em Itapetininga (SP) – onde está sendo desenvolvido os testes com a nova espécie -, outros 300 camponeses da Via Campesina interromperam a reunião da CTNBio, em Brasília.
As ações, que aconteceram durante a manhã desta quinta-feira (5), fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres do Campo.
Para Atiliana Brunetto, da coordenação nacional do MST, trata-se de uma vitória parcial, já que nos próximo 30 dias a Comissão poderá, a qualquer momento, convocar uma outra reunião extraordinária para retomar o assunto.
“O mais importante é que conseguimos levar esse debate à sociedade. Não fossem essas ações, muito provavelmente o cultivo de eucalipto transgênico teria sido liberado sem que a sociedade nem se desse conta, e todo a população pagaria o preço”, disse a Sem Terra.
Outro ponto levantado pelos movimentos sociais é a responsabilidade e a natureza da CTNBio. Segundo Atiliana, é preocupante a composição da Comissão, composta por diversos cientistas e acadêmicos com interesses ligados aos das empresas que desenvolvem esse tipo de tecnologia.
Os movimentos sociais denunciam que o grupo majoritário na CTNBio acredita que os estudos feitos pelas próprias empresas defendendo os transgênicos são suficientes, mas esquecem que suas decisões têm graves consequências políticas, sociais e ambientais.