Movimentos sociais reforçam participação na greve geral e no esquenta do dia 30
Entidades que formam a Frente Brasil Popular se reuniram em SP para organizar a greve geral de 14/6 e também reafirmaram importância da mobilização no dia 30/5 como ‘esquenta para a greve’
Publicado: 20 Maio, 2019 - 18h48 | Última modificação: 21 Maio, 2019 - 15h45
Escrito por: Andre Accarini
Os movimentos que integram a Frente Brasil Popular, incluindo a CUT, se reuniram nesta segunda-feira (20), em São Paulo, para definir a participação e planejar o reforço tanto à greve geral do dia 14 de junho, contra a reforma da Previdência e mais empregos, como nas mobilizações convocadas pela União Nacional dos Estudantes (Une) para o dia 30 de maio, também em defesa da aposentadoria e contra os cortes que o governo Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na educação.
A reunião teve o objetivo de organizar os movimentos sociais para somar forças ao movimento sindical nas mobilizações, em especial, na greve geral chamada pelas centrais, explicou Janeslei Albuquerque, secretária de Relações com os Movimentos Sociais da CUT.
“Nesse encontro fizemos um balanço das mobilizações e sobre as medidas tomadas pelo Bolsonaro, que atacam os direitos do povo brasileiro. E reforçamos a importância de uma greve geral, como a do dia 14 de junho, para mostrar a resistência da classe trabalhadora e o apoio às mobilizações do dia 30 de maio, convocada pelos estudantes”, diz a dirigente.
“Os estudantes chamaram o dia 30 para acumular forças e diálogo com a sociedade para que a greve geral do dia 14 de junho seja ainda mais forte e abrangente”, afirmou Janeslei.
Vagner Freitas, presidente da CUT, destacou a importância da participação dos movimentos sociais na greve geral. “Quando se convoca uma greve geral, o termo ‘geral’, já define que é um movimento diferente, ampliado e não é uma greve somente por assuntos sindicais”.
Foi um dia extraordinário o 15. O dia 30 de maio será mais um ‘esquenta’ para dia 14 de junho. E todos os caminhos apontam que será uma grande greve geral
Ele avalia que 14 de junho será um dia de greves das várias categorias, mas, principalmente “um dia em que todos estarão em manifestações nas ruas dizendo que esse governo já deu o que tinha que dar”.
Para isso, explica Vagner, a atuação da CUT tem se dado principalmente em diálogos com sindicatos, até mesmo de outras centrais sindicais, com o intuito de conscientizar de que a hora é de luta e tem que ser de toda a sociedade.
O presidente da CUT apresentou como exemplo a participação do setor de transportes na greve geral. “Sindicatos de trabalhadores nos transportes são essenciais na construção da greve e já sinalizaram participação, mesmo com a realidade cruel de perseguição a sindicalistas e multas milionárias, mas o setor é crucial para a construção da greve geral”.
Movimentos engajados
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, afirmou o MST participará da greve geral do dia 14: “Faremos uma jornada de ocupações e bloqueios em rodovias pelos Brasil”.
O dirigente reforçou ainda a importância dos trabalhadores rurais nas mobilizações “Temos 47 milhões no campo, grande parte assalariados rurais que já foram prejudicados pela reforma trabalhista e agora serão ainda mais afetados pela reforma da Previdência”.
O presidente da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, também não descartou a possiblidade de bloqueios: “Em outras greves já fizemos trancaços em vias de grandes cidades, mas o mais importante é que a convocação para a greve geral seja reforçada, principalmente nos pequenos municípios”.
Consenso entre as entidades é que o dia 30 de maio seja um preparativo para a greve geral de 14 de junho. A Frente Brasil Popular fará plenárias nos próximos dias, em diversos estados, como preparação dos movimentos sociais tanto para o dia 30 de maio como para o dia 14 de junho.
Participaram do encontro entidades que representam diversos segmentos. Movimentos de moradia, de trabalhadores urbanos e do campo, da educação, da saúde. Essas entidades não são sindicatos nem partidos, mas formas de organização e defesa de segmentos da sociedade que lutam por direitos, disse Janeslei, acrescentando: “São pessoas que já estavam conosco nas lutas anteriores e estarão conosco na greve geral”.