MP 1045: Trabalhadores pressionam e Senado rejeita nova retirada de direitos
Em nota, centrais comemoram a vitória contra a MP e dizem que derrota do governo é resultado da organização e da unidade das centrais e demais entidades que não pouparam esforços para expor os prejuizos
Publicado: 02 Setembro, 2021 - 15h04 | Última modificação: 02 Setembro, 2021 - 15h21
Escrito por: CUT Nacional
A CUT e demais centrais sindicais comemoram a vitória contra a Medida Provisória (MP) nº 1.045/2021 no Senado, em nota divulgada nesta quinta-feira (2).
A nota diz que a derrota do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) é resultado da organização das entidades sindicais, da unidade das centrais e da persistência dos sindicatos, federações, confederações, que não pouparam esforços para expor aos parlamentares os prejuízos sociais e econômicos contemplados na medida.
O governo se aproveita da crise para tirar direitos da classe trabalhadora, diz trecho da nota, que ressalta o compromisso do Senado Federal, como Casa Revisora e reitera que “qualquer mudança na lei que interfira na vida dos cidadãos e na economia do país deve ser devidamente analisada e debatida no Congresso Nacional, com ampla participação da sociedade, dos trabalhadores, dos empregadores e do governo”.
Os sindicalistas propõem a abertura de um debate “sobre políticas de geração, proteção e recuperação de empregos e de renda, de economia solidária e popular, de concessão de crédito e valorização de micro e pequenas empresas”.
E alertam: “Estamos alertas e preparados para enfrentar qualquer nova ofensiva antissocial tramada pelo ministro da Economia em conluio com o presidente da República”.
Confira a íntegra da nota:
MP 1045: Trabalhadores pressionam e Senado rejeita nova retirada de direitos
As Centrais Sindicais comemoram a vitória contra a Medida Provisória (MP) nº 1.045/2021, ocorrida no Senado Federal no dia 1º/09/2021.
A medida, com seus jabutis que configuravam uma minirreforma trabalhista, propunha o aumento da desproteção social e previdenciária e a desvalorização dos sindicatos e da negociação coletiva, precarizando ainda mais as condições de trabalho.
Defendemos sim a manutenção e o incremento de medidas emergenciais para trabalhadores, empregadores e para a população mais vulnerável durante a vigência da pandemia do coronavírus.
Acusamos, entretanto, o governo federal de aproveitar-se das necessidades de uma crise que tem levado milhares de brasileiros à morte precoce, para tentar aprovar, sem o devido debate social, dispositivos impopulares, que prejudicariam ainda mais o povo que já sofre com o desemprego, a carestia e o vírus.
A derrota desta nefasta artimanha do governo resulta da organização das entidades sindicais, da unidade das centrais sindicais, da persistência dos sindicatos, federações, confederações, que não pouparam esforços em buscar um diálogo com o Senado e expor rapidamente os prejuízos sociais e econômicos contemplados na medida.
Resulta do compromisso do Senado Federal, como Casa Revisora, com a sociedade, evitando uma nova onda de retirada de direitos dos trabalhadores.
Em abril de 2020 a equipe de Paulo Guedes já havia tentado emplacar a famigerada “carteira verde e amarela” que, assim como a MP 1045, promovia a redução de direitos trabalhistas. Naquela ocasião o governo também sofreu uma grande derrota no Senado, impulsionada pela resistência dos trabalhadores.
Reiteramos que qualquer mudança na lei que interfira na vida dos cidadãos e na economia do país deve ser devidamente analisada e debatida no Congresso Nacional, com ampla participação da sociedade, dos trabalhadores, dos empregadores e do governo.
Propomos, desde já, que se abra um debate sobre políticas de geração, proteção e recuperação de empregos e de renda, de economia solidária e popular, de concessão de crédito e valorização de micro e pequenas empresas.
Um debate sobre o fortalecimento de políticas públicas com vistas a um desenvolvimento justo e humanitário para o Brasil.
Estamos alertas e preparados para enfrentar qualquer nova ofensiva antissocial tramada pelo ministro da Economia em conluio com o presidente da República.
Nossa luta evitou a retirada de direitos!
São Paulo, 03 de setembro de 2021.
Sérgio Nobre, Presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical – FS
Ricardo Patah, Presidente da União Geral dos Trabalhadores – UGT
Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
Antonio Neto, Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB
José Reginaldo Inácio, Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST
Atnágoras Lopes, Secretário Executivo Nacional da CSP – Conlutas
Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical, Central da Classe Trabalhadora
Emanuel Melato, Coordenador da Intersindical, Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
José Gozze, Presidente da Pública Central do Servidor