MPT irá mediar negociação entre jornalistas e donos de emissoras de Alagoas
Foi marcada uma audiência no Ministério Público do Trabalho para esta quinta-feira (27), às 11h. Os jornalistas das principais emissoras do estado de Alagoas cruzaram os braços contra a redução de salário
Publicado: 26 Junho, 2019 - 17h52 | Última modificação: 26 Junho, 2019 - 18h06
Escrito por: Redação CUT
Após 90% dos jornalistas dos principais veículos de comunicação do estado de Alagoas cruzarem os braços contra a redução de 40% no piso salarial da categoria, foi marcada uma audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT) para esta quinta-feira (27), às 11h.
A mediação da negociação entre o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e as empresas de comunicação do estado será conduzida pelo procurador-chefe Rafael Gazzaneo, que integra o Núcleo de Autocomposição do MPT, criado em maio deste ano para tentar dar mais agilidade na resolução de conflitos.
Sindicato tentou negociar, mas empresas só querem reduzir salários
A categoria aprovou o estado de greve em assembleia realizada no dia 30 de maio, mês da data base dos jornalistas alagoanos. A greve só foi aprovada pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras no dia 19 de junho, depois de inúmeras tentativas do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (SindJornal) de abrir negociação com os patrões.
O presidente do SindJornal, Izaías Barbosa de Oliveira, informou ao Portal CUT que foram apresentadas pelo sindicato pelo menos nove propostas de negociação desde que começou a campanha salarial.
“E eles [os patrões] não apresentaram nenhuma outra a não ser esta de redução de salários, que chega a quase R$ 1.500,00 a menos nos bolsos dos trabalhadores. Por isso é greve”, explicou o presidente da entidade, denunciando também a manobra dos patrões, que chegaram a chamar trabalhadores de Pernambuco para substituir a categoria e colocar a programação das emissoras no ar.
Também em entrevista ao Portal CUT nessa terça-feira, a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, a Zequinha, afirmou que o movimento de jornalistas alagoanos estava dando exemplos para classe trabalhadora de resistência e de luta, dizendo não para a proposta dos patrões e resistindo com uma greve por tempo indeterminado.
“Queremos que esta greve não seja longa, que os patrões se sensibilizem, que o TRT julgue a favor do dissídio e que não haja redução de piso salarial”, disse Zequinha.