MST: Comida boa e sem veneno na mesa dos brasileiros. E na cozinha dos chefs
Produtos agroecológicos dos assentamentos do MST alimentam milhões de famílias e figuram em cardápios de cozinheiros renomados
Publicado: 03 Maio, 2021 - 09h07 | Última modificação: 03 Maio, 2021 - 14h42
Escrito por: Cláudia Motta | RBA
Maior produtor de arroz orgânico da América Latina deve colher na safra 2020/2021 mais de 12,4 mil toneladas de alimento. Responsável por 160 cooperativas, 120 agroindústrias e 1.900 associações de trabalhadores rurais, o MST coloca comida na mesa de milhões de brasileiros. Junto com outros pequenos agricultores, quilombolas e ribeirinhos, as cerca de 500 mil famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra compõem a seara da agricultura familiar. E segundo estatísticas do IBGE, 70% da alimentação consumida no Brasil, vem da produção desse povo.
A comida, de qualidade, respeita a sazonalidade da produção. Evita o uso de veneno, os famigerados agrotóxicos que adoecem e matam. E tem a marca da solidariedade. Desde o início da pandemia, o MST já doou mais de 4,2 mil toneladas de alimentos a quem necessitava. E cerca de 860 mil marmitas para pessoas em vulnerabilidade social.
Entre os principais expoentes da produção agroecológica do MST, figuram o arroz Terra Livre e os laticínios da Cooperoeste, do sul do país; a linha de conservas Nana Natus, de Goiás; os chocolates orgânicos Terra Vista, da Bahia; as cachaças mineiras Veredas, o Café Guaií. São três assentamentos e 10 acampamentos do Quilombo Campo Grande (MG) dedicados à produção desse café orgânico de qualidade reconhecida. Entre 2015 e 2020, a produção mais que quadruplicou de 2,3 mil sacas para 10 mil sacas.
Esses são alguns dos produtos preferidos de renomados chefs de cozinha que, além de valorizar a qualidade das refeições que produzem, mantêm uma relação intrínseca com a importância de um movimento que busca na reforma agrária a possibilidade de acabar com a vergonhosa fome que assola milhões de brasileiros.