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MST está recolhendo contribuições para a campanha ‘Natal sem Fome’

O objetivo é arrecadar recursos para doação de alimentos e a realização de ceias populares, para alimentar famílias vulneráveis em todas as grandes regiões do país

Publicado: 02 Dezembro, 2021 - 09h19 | Última modificação: 02 Dezembro, 2021 - 10h29

Escrito por: Cida de Oliveira, da RBA

Reprodução
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) está recolhendo contribuições para sua campanha “Natal sem Fome – Cultivando Solidariedade para Alimentar o Povo”. O objetivo é arrecadar recursos para doação de alimentos e a realização de ceias populares, para alimentar famílias vulneráveis em todas as regiões do país.

As cestas estão sendo preparadas com alimentos produzidos em assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária Popular, para garantir uma quantidade suficiente para alimentar uma família de quatro pessoas por um mês – cujo custo familiar é de R$ 300. No entanto, doações em qualquer outro valor são bem vindas.

São alimentos in natura, como arroz, feijão, café, leite, frutas, legumes, hortaliças entre outros. E também produzidos por cooperativas e agroindústrias, como cuscuz, tapioca, mel, suco, geleias, laticínios.

“A prioridade da campanha é atender pessoas em situação de rua, cozinhas comunitárias nas periferias, ocupações urbanas de famílias desempregadas e comunidades indígenas”, afirma João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, mostrando na prática mais uma vez que comida de verdade são os alimentos produzidos pela agricultura familiar camponesa e não pelo agronegócio, que bate recordes de lucro às custas de uma nação faminta.

Natal sem fome no MST

A solidariedade é uma prática que está enraizada na base social do movimento sem-terra desde sua fundação. Mas as ações solidárias nunca foram tão necessárias e urgentes como agora, quando o Brasil voltou ao mapa da fome e tornou-se comum pessoas buscarem alimentos no lixo ou em restos de açougue. A cada 10 famílias brasileiras, cinco não sabem se terão a próxima refeição.

A má gestão da pandemia de covid-19 pelo governo Bolsonaro, que já matou mais de 614 mil brasileiros, e da economia, que não cresce e não cria empregos, tem espalhado e aprofundado a pobreza. Desde o início da pandemia, em março do ano passado, o MST já doou mais de 5 mil toneladas de alimentos e 1 milhão de marmitas nas periferias urbanas e rurais do Brasil.

A ação solidária natalina acontece de 10 de dezembro a 6 de janeiro. Segundo o teólogo Leonardo Boff, que integra a rede de apoiadores da iniciativa, não se trata só de dar o alimento, mas de oferecer os alimentos produzidos pelos camponeses. “Então ajudamos os dois: os que estão plantando e aqueles que estão consumindo. Vamos ser solidários, que este Natal seja o nascimento em nós desta virtude que é a mais humana de todas.”

Pacto nacional contra a fome

O início da entrega das cestas está marcado para o próximo dia 10, Dia Internacional dos Direitos Humanos e da luta contra a fome e a insegurança alimentar. Afinal, a campanha integra a agenda de uma frente nacional contra a fome, formada pelo MST e diversos outros movimentos, organizações e entidades que enfrentam a fome e a insegurança alimentar.

Durante reunião do comitê gestor da frente na “I Plenária Nacional Contra a Fome”, realizada de forma remota na última sexta-feira (26), agentes que estão na linha de frente contra a fome nas comunidades relatam que estamos vivendo um momento tão crítico no quadro de insegurança alimentar, que as famílias narram que não têm conseguido alimentos nem mesmo nos lixões.

Campesinato e a fome

Para eles, o agravamento dessa crise tem raízes tamb´ém na falta de subsídios ao campesinato, gestão pública e como isso tudo repercute tanto no campo quanto na fome crescente também nas cidades.

“Frente ao desmantelamento de políticas públicas de assistência social, desmantelamento do estoque público de comida, como é o caso da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e todos esses outros temas que estão relacionados”, lembrou Kelli Mafort, da direção nacional do MST, durante a plenária.

Para além da doação de alimentos em si, o comitê gestor dessa frente tem buscado dialogar com sua base social sobre como o desmonte das políticas de subsistência e soberania alimentar, que vêm sendo promovido pelo governo Bolsonaro, soma a urgência de enfrentar os desafios de superá-los enquanto força popular e organizada com os distintos setores da sociedade.

Como doar:

Para contribuir com a campanha, basta enviar aporte para:
Caixa Econômica Federal
Ag.: 1231 CC.: 2260-1 OP: 003
CNPJ: 11.586.301/0001-65
PIX: campanha@institutocultivar.org.br