Escrito por: MST
Jornada “Por Terra e Comida de Verdade para o Povo” ocorre a partir desta segunda-feira (16), com ações em todo o país
Pautando o assentamento das famílias acampadas e o investimento em políticas públicas para a produção de alimentos, o MST inicia nesta segunda (16) mais uma Jornada de Lutas com mobilizações em todas as regiões do país. Sob o lema “Por Terra e Comida de Verdade para o Povo”, estão previstas mobilizações em órgãos públicos, audiências de negociações e ações de solidariedade pela passagem do Dia Internacional da Soberania Alimentar.
O MST estará mobilizado no país inteiro ao longo dos próximos dias, fazendo doação de alimentos, mostrando as possibilidades de alimentos sem veneno, fazendo críticas pelo uso demasiado de agrotóxicos e trabalho análogo à escravidão e pressionando o governo Lula a fortalecer a produção da agricultura familiar e camponesa, assentando o máximo de famílias possíveis em seu mandato”, explicou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.As ações, que devem pautar a agenda dos governos para a obtenção de terras e investimento para a produção, seguem combinadas com uma ampla agenda de negociação com ministérios, superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), debatendo com os órgãos o tema do orçamento para o campo no próximo período.
Nossa avaliação é que nós precisávamos, pelo menos nesse período do governo Lula, assentar, no mínimo, 200 mil famílias”, sinalizou Rodrigues.“Significa que nós precisaríamos de um orçamento de 2,8 bilhões por ano para o assentamento de 50 mil famílias por ano”. De acordo com o dirigente Sem Terra, essa é uma das principais pautas da Jornada do Movimento. “Esperamos que o Governo apresente disponibilidade para construir uma efetiva agenda de trabalho sobre esse tema e que apresente um desempenho um pouco mais satisfatório do que foi até agora”, comentou.
Ainda na agenda de demandas dos camponeses, a Jornada apresenta a necessidade da construção de uma política de crédito e compra de alimentos da agricultura familiar que fortaleça o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Além disso, as mobilizações cobram também mais investimento para o Programa Nacional de Educação e Reforma Agrária (Pronera).
Pela passagem do Dia da Soberania Alimentar, também estão previstas doações de toneladas de alimentos em todas as regiões do país. Banquetaços, marmitas solidárias e doações de alimentos in natura serão realizados pelo MST como parte da agenda de diálogo com a sociedade sobre o tema.
Com o mote “Reforma Agrária é comida no prato”, as ações serão realizadas nas periferias urbanas e rurais em todas as regiões, apresentando a diversidade da produção dos acampamentos e assentamentos organizados pelo Movimento Sem Terra.