Escrito por: Redação Brasil de Fato

MST ocupa terras públicas utilizadas ilegalmente para despejo de rejeito industrial

Ação aconteceu na manhã desta segunda (9), em Ribeirão Preto, interior de São Paulo

Felipe Peres

Centenas de sem-terra ocuparam áreas utilizadas ilegalmente para o despejo de rejeitos industriais e agroindustriais na manhã desta segunda-feira (9), em Jardinópolis, município da região metropolitana de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

A área da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), hoje administrada pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), também vem sendo usada para a produção ilegal de cana-de-açúcar, segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Com base no decreto presidencial 10.165/2019 e na MP 910/2019, assinados por Jair Bolsonaro, o Movimento exige que as terras sejam destinadas para fins de reforma agrária, assim como todas as áreas administradas pela SPU.

Também com base no decreto e na medida provisória, o MST demanda que outros acampamentos espalhados pelo interior de São Paulo tenham as suas terras regularizadas, como o Alexandre Kollontai, em Serrana, Paulo Botelho, em Ribeirão, Vanderlei Caixe, em Salles de Oliveira, e Irmã Dorothy, em Restinga.

Os sem-terra denunciam ainda que a reforma agrária está paralisada há cerca de três anos no estado e reivindicam que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) apresente o mapa de todas as terras públicas que são administradas pela União para que a função social da terra seja cumprida o mais rápido possível.

Segundo o MST, as áreas vêm sendo utilizadas de forma irregular por empresas do agronegócio.

Após entrar em contato com a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, a reportagem do Brasil de Fato aguarda posicionamento da SPU.

A ocupação da área da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. faz parte da jornada de lutas das mulheres do MST, que realizam o I Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, em Brasília, desde a última quinta-feira (5).