Escrito por: Redação RBA
Além do retorno das políticas habitacionais, movimento cobra volta do ministério das Cidades, extinto por Bolsonaro
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) sai às ruas de São Paulo nesta nesta terça-feira (29) para cobrar a retomada das políticas de habitação popular no país. A marcha vai dar início à campanha "Menos Ódio, Mais Moradia", que vai nortear as ações do grupo no ano de 2019, quando devem enfrentar governos ainda mais hostis, com Jair Bolsonaro (PSL) na presidência e João Doria (PSDB) no governo paulista, refratários em geral à atuação de movimentos sociais.
Os manifestantes se concentram a partir das 15h, na Praça da República, região central da capital paulista, quando decidirão o rumo da marcha. O MTST também exige do governo federal o retorno do ministério das Cidades, extinto pelo presidente Bolsonaro, que fundiu parte das suas atribuições ao ministério da Integração Nacional, em uma única pasta.
"Marcharemos por 'Menos Ódio' porque a solução para os problemas da população não é com armas ou criminalização dos movimentos sociais. Menos ódio como resistência na defesa dos direitos humanos e das liberdades", diz a convocatória do MTST.
Durante as eleições, o então candidato chegou a defender classificar como terrorismo ações de movimentos sociais, como o MTST, a quem chegou a chamar de "bandidos". As afirmações foram rebatidas por Guilherme Boulos, coordenador nacional do movimento, que também foi candidato à presidência da República pelo Psol. "Querem acabar com o MTST? Só tem um jeito. Construam 6 milhões de casas para todos os sem-teto desse país."
"Marcharemos por 'Mais Moradia' porque o povo tem direito constitucional a uma habitação digna e o problema da moradia no Brasil é muito grave. Só quem vive na pele sabe a dificuldade o que é a dura realidade de ter que escolher entre pagar aluguel e colocar comida na mesa."
Em 2018, durante o governo Temer, foram contratadas apenas cinco mil unidades habitacionais, no início do ano, pelo programa Minha Casa, Minha Vida, remanescentes de 170 mil orçadas no ano anterior e que não foram construídas. A previsão do orçamento para o programa em 2019 é ainda menor que a deste ano: R$ 4,5 bilhões. Em 2018, foram R$ 6 bilhões.