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MTST protesta contra a fome em frente à mansão de Flávio Bolsonaro

“Enquanto o povo está na fila do osso, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso”, disse Guilherme Boulos

Publicado: 30 Setembro, 2021 - 11h27 | Última modificação: 30 Setembro, 2021 - 12h09

Escrito por: Redação CUT

Reprodução/MTST
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Para protestar contra a fome e a disparada da inflação, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo decidiram ocupar, nesta quinta-feira (30), a rua do condomínio onde fica a mansão comprada por quase R$ 6 milhões pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), em Brasília.

A manifestação faz parte da campanha “Tá tudo caro, a culpa é do Bolsonaro!”,  iniciada na semana passada com a ocupação da sede Bolsa de Valores (B3) em São Paulo.

“Enquanto o povo está na fila do osso, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso”, disse Guilherme Boulos, coordenador do MTST. As faixas levadas pelos manifestantes denunciam a desigualdade, com os dizeres “R$ 6 milhões pra mansão” e “19 milhões sem feijão”.

A ideia dos manifestantes, segundo a colunista Mônica Bergamo relatou no UOL, é fazer um ato simbólico para chamar a atenção sobre a agudização do problema da fome e da miséria no Brasil. De acordo com o mais recente relatório da Organização da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês), a estimativa é que 23,5% da população brasileira tenha vivenciado insegurança alimentar moderada ou severa entre 2018 e 2020, um crescimento de 5,2% em comparação com o último período analisado, entre 2014 e 2016.

Isso significa que 49,6 milhões de pessoas, inclusive crianças, deixaram de comer por falta de dinheiro ou tiveram uma redução significativa na qualidade e na quantidade de alimentos ingeridos.

A propriedade de Flávio Bolsonaro fica no Setor de Mansões Dom Bosco, área nobre do bairro Lago Sul em Brasília. A casa de dois andares conta com piscina, paisagismo irrigado artificialmente, piso de mármore carrara, quatro suítes, spa com aquecimento solar e espaço gourmet

Adquirido em fevereiro, o valor do imóvel é três vezes maior do que o patrimônio declarado pelo senador em 2018. A suspeita é de que a mansão tenha sido comprada com recursos públicos desviados no esquema de rachadinha. Além disso, os R$ 6 milhões coincidem com os valores desviados que constam na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).